* SHAW DARKHOLME: LASCIVIA SOMBRIA

[...] Encerrou meu corpo entre os braços, um abraço forte, que pude sentir todo corpo dele junto de mim, emanando e aspirando calor, senti minha pele eriçar, preenchendo o espaço vazio entre nossos corpos com aquele desejo, que podia vislumbrar no olhar dele. Um desejo, não. Inúmeros, enumerados em confidencia em meu ouvido, aspirando o perfume de meus cabelos, sentindo o cheiro de minha pele, provocando meu corpo com a firmeza e delicadeza das mãos, que percorria veementemente minha pele, alcançando as pernas, que entrelacei em torno dos quadris dele. Atrevidamente, foi preenchendo as lacunas, com respostas que podia vislumbrar no olhar, aquele brilho que preenchia meu olhos, desnudando minha alma e coração, despindo cada fração de minha pele, revelando no intimo dos olhos dele, aquilo que ninguém havia observado, que nunca havia permitido ser observado com toda riqueza de detalhes, com todas suas fases e faces, plena e intensamente. Foi atrevido, em abrir caminho, pelo labirinto, onde guardava meus segredos e mistérios, aspirando meu cheiro, sorvendo meu suor e prazer, contendo meus impulsos mais profanos e obscenos, sob seu domínio, em seus mais intensos e provocantes caprichos.

Havia sido inútil, fugir e cercear o caminho dele, que sempre sobrepujava meus limites, rompendo as muralhas erguidas para ficar protegida do coração maligno, das intenções e pretensões maléficas de outros, que apenas podia ver aquilo que era, mas aquele ser, demônio ou anjo, podia ver além, sabia alcançar meu âmago com intensidade, ao olhar através de minha pele, e reconhecer aprisionada, encarcerada sob todas minhas virtudes, minha verdadeira natureza, aquele poder obscuro, selado sob medos e receios, como fosse manter aprisionado para sempre.

Queria acreditar poder resistir, mas era tarde demais, ao sentir as mãos, esculpir em minha pele, em todo meu corpo, desejos e vontades, com luxuria e paixão, fazer meu corpo transpirar, aspirando cada fração de minha pele, sorvendo cada gotícula de suor, recuperava meu fôlego, em beijos que não admitia retribuir, que recebia como pudesse saciar uma ânsia, uma sede indecente, de provar aqueles beijos, sentir a saliva umedecendo meus lábios, sentir meus lábios sendo mordiscados com delicadeza e insinuante provocação. Havia uma tempestade, uma tormenta formada entre nossos corpos, úmidos e unidos, que transbordara em desejos urgentes, necessários como uma respiração diante do último suspiro.

Avançara sobre meu corpo, perambulando pelos labirintos, percorrendo cada universo, atento aos detalhes, aqueles que sentia, e retribuía esculpindo em minha pele e corpo uma obra prima de prazer e luxuria. Ficara evidente, que havia destacado diante do olhar dele, que atentamente observava minha silhueta, mas apreciava o brilho de meus olhos, meus sorrisos, provocados pelo interesse dele. Sorvia em minha pele, aquelas gotículas que escorria, como buscasse um oceano onde iria mergulhar, fazia meu corpo transbordar, de sentimentos e emoções, causando reações indescritíveis, provocando e eriçando minha pele, em uma relação de causa e efeito.

Havia descoberto, desnudando minha pele, em cada reentrância um segredo e mistério, revelado no olhar dele, em murmúrios e gemidos, suspiros entrecortados por palavras desconexas, e breves lampejos de consciência, de que todo desejo profano, agora emanava de meu corpo, todos os desejos lascivos escorria pelos lábios dele, como um veneno, que misturado ao meu suor, resultara em um prazer único. Lábios venenosos, que sussurrara prazer em meu ouvido, durante meu sono, em meus sonhos. Lábios venenosos, que provocara minha libido, murmurando confidencias lascivas, ouvindo meus segredos e mistérios sendo devorados, apreciados em ânsia e lasciva sofreguidão.

Foi abrindo cada compartimento lacrado, com hábil sensibilidade, submergindo em meus segredos e mistérios, emergindo com aquele sorriso estampado nos lábios, em cada madrugada, ao ficar sozinho comigo, provocava cada desejo contestável, desarticulando minhas mais intimas convicções. Despertando, em mim, tudo que mantinha oculto e adormecido, em um estado catatônico de letargia, fez ressurgir, emergir de minha alma e coração, tudo que mantinha como segredo e mistério, oculto nos pensamentos mais lascivos e profanos, encoberto por todas as virtudes e perfeição. Sim, sozinho comigo, em madrugadas sombrias, umedecia meus lábios, com o veneno da luxuria, sussurrando em meu ouvido, aquele querer, guardado sob meu olhar mais intimo. E sedutoramente, libertara meu lado mais libertino em desejos e vontades que ardia sob minha pele, sem que pudesse tocar meu corpo, alcançara minha alma e coração.

• Damien Darkholme²

DAMIEN DARKHOLME
Enviado por DAMIEN DARKHOLME em 08/01/2013
Reeditado em 10/03/2013
Código do texto: T4072851
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