* SHAW DARKHOLME: A DAMA DOS ESPELHOS ²

Senti um calafrio, e percebi que aquela tempestade havia sido providencial, e intencional ao ponto de trazer mais uma vitima para aquele lugar, onde a Dama dos espelhos esperava ansiosamente noite após noite, para uma sessão de busca e vingança.

Com a noite surgiu à tempestade, que pareceu vir em direção ao casarão, e como havia coberto todos os espelhos, fiquei menos apreensivo, apenas receoso, principalmente por que aquela senhora havia desaparecido, como houvesse sido acolhida pelas trevas, ainda tentei fazer uma ligação telefônica, mas não havia sinal disponível, assim escolhi ficar na imensa sala, a tempestade pareceu envolver todo casarão, podia ouvir os ruídos provocados pelos ventos, e fiquei assustado quando uma rajada de vento abriu a porta de madeira, com uma fúria avassaladora, imaginei que tudo seria destruído, o ruído ecoou pelo casarão como um gemido profundo, apressei em selar a porta, e nesse momento senti ser observado. Caminhei vasculhando os ambientes, conferindo portas e janelas, certificando que não seria surpreendido, e para minha surpresa o quarto onde havia dormido estava trancado, insisti em abrir o ambiente, mas sem sucesso, e acometido de uma sensação estranha, voltei para a sala, e fiquei de vigília.

Aquela amaldiçoada tempestade pareceu encorpar envolta do casarão, como fosse engolir aquele lugar maldito, e desolar tudo com sua força e intensidade, apreensivo e ansioso, fiquei ouvindo os ruídos, quando fui surpreendido por passos, olhei em direção as escadas, e de repente, a iluminação foi interrompida, os relâmpagos iluminava o local, e pude vislumbrar uma silhueta formar em meio à penumbra, que disse:

- Você pode fugir...

- Pode tentar esconder...

- Mas eu posso encontrar você...

- Sinto seu cheiro, meu caro...

Antes que pudesse agir, fui atingido por um golpe, suficiente para percorrer toda sala, indo para deitado de bruços próximo da porta que permitia acesso ao corredor principal da casa, imaginei poder fugir, mas ao tentar levantar, um novo golpe interrompeu minha fuga, e fez cessar minha intenção de fugir, porque ao olhar para a silhueta formada em meio à penumbra, iluminada pelos relâmpagos sucessivos, como quisesse mostrar quem estaria em meu encalço, pude vislumbrar aquele olhar, e um sorriso que parecia demonstrar toda intenção daquele ser, foi quando disse:

- Pretende ir para algum lugar, meu caro?

- Você pode fugir...

- Mas não pode esconder...

- E ainda sinto seu gosto em meus lábios.

Pude ouvir o som do salto alto bater contra o assoalho de madeira, antes de sentir a mão em meu pescoço, e ser arrastado por alguns segundos, e aquela mulher, surgir diante de meus olhos e dizer:

- Ainda pensando em fugir...

- Em meio a tempestade posso encontrar você...

- Onde quer que for...

- Para onde for...

Senti um calafrio, quando a mulher rasgou minha camisa com um único golpe, e com um gesto fui arremessado sobre uma mesa de madeira, para em seguida, surgir sobre meu corpo, cravando as unhas em meus pulsos e murmurar bem proximo de meu ouvido:

- Posso ouvir seu coração...

- Tanto medo...

- Tanto temor...

- Para mim, um prazer incomensurável.

De repente, senti a língua quente roçar minha pele, e aproximando os lábios de meus lábios, respirou profundamente, e murmurou:

- Mais uma vida...

- Menos uma noite amaldiçoada...

A língua deslizou sinuosa sobre minha pele, senti as feridas da noite anterior arder, como fosse reaberta sob aquela caricia lasciva, senti um calor percorrer meu corpo, e fui surpreendido quando postando sobre meu corpo, olhou em meus olhos, e disse:

- Certamente pensa que irá morrer agora, não é?

- Mas não, ainda não, meu caro...

- A noite está começando.

Ao passar a mão sobre aquelas feridas em minha pele, senti ficar imóvel, não conseguia mover um músculo de meu corpo, e sorrindo, aquela criatura sombria e enigmática, disse:

- Incomodado com essa sensação?

Podia sentir uma sensação de ardor e latência em meus músculos, um calor parecia emanar de minha pele, e sorrindo aquela criatura murmurou:

- Aquele é muito frio...

- Mas você é quente...

- E essa sensação é prazerosa para mim.

Aquela mulher desfez o laço do roupão, desnudando o corpo e debruçando sobre mim, pude sentir o aroma que a pele exalava, era um perfume excitante e atrativo, aprazível ao sentido, e segurando minhas mãos, conduziu aos seios, e sem que pudesse reagir, e comecei a acariciar levemente, podendo ver aquelas expressões no rosto dela, que remexia e contorcia sentada sobre meu abdomem,, em alguns momentos, cravava as unhas em meu corpo, e murmurava palavras desconexas, a parte superior do corpo desnudo, era iluminado pelos inúmeros relampagos sucessivos, e contorcendo como sendo acometida de intermitentes descargas de energia, mordia os lábios, remexendo lentamente todo corpo, em um movimento sinuoso, e aproximando os lábios de meu ouvido, murmurou:

- Pode imaginar como aquele espelho é um lugar frio?

- Pode imaginar como desejo essa satisfação...

- Do calor, da caricia, do toque...

- Do gosto e do cheiro...

- Pode imaginar como sinto em cada noite de tempestade?

Senti a respiração sob minha pele, acompanhada daquele roçar de lábios sobre meu corpo, a língua deslizou frenética e lenta, alcançando minha barriga, e desfazendo da calça, murmurou:

- Você pode imaginar como é ficar presa?

- Encarcerada em um lugar frio e silencioso...

Uma sequencia de relampagos fez todo ambiente iluminar, e pude vislumbrar aquele olhar profundo, que fez meu corpo estremecer, antes de sentir os lábios percorrer meu púbis, e alcançar o volume formado entre minhas pernas, que pude sentir ser acariciado com volúpia, podia estar imóvel, mas não estava insensível aquela proximidade lasciva, a língua deslizava acompanhada dos lábios, aquela boca sedenta e sequiosa, movia com magistral habilidade, em um movimento ritmado. Ainda permanecia vivo, porque aquelas sensações certamente eram pertinentes aos vivos, furiosamente, aquela criatura parecia querer saciar toda sede daqueles lábios. De repente, interrompendo aquela intencional felação, levantou diante de mim, e virou de costas, desnudando todo corpo, onde pude vislumbrar uma serie de tatuagens, marcadas na pele, e voltando sua atenção para mim, aproximou os lábios de meu ouvido, e murmurou:

- Ainda temeroso por seu fim...

- Mas pelo que senti estava adorando minha intenção.

- Ou será que estou enganada a respeito?

Senti as unhas arranhando minha pele, e a mao alcançar o volume latejante, empunhou e olhando em meus olhos, sorriu maliciosa e sarcasticamente, disse:

- Não iria desperdiçar seu corpo apenas com mais uma morte...

Senti o movimento dos quadris, com as mãos dela prendendo meus pulsos, e como em um comando intencional, murmurou em meu ouvido, dizendo:

- Pode sentir isso?

- Pode ouvir minha voz?

- Pode tudo sob meu comando, meu caro...

- Assim, quero que mexa bem gostoso.

Tentei resistir, mas meu corpo obedeceu aquele comando, e sinuosamente, remexia sob o corpo dela, conduziu minhas mãos para os seios e movia sinuosamente, para baixo e para cima, em um incessante e constante movimento, os relampagos voltaram a iluminar a silhueta, o olhar brilhava, os lábios comprimidos um contra o outro em uma sensaçao lasciva, em cada movimento de nossos corpos, a Dama dos espelhos, revelava uma intensidade e força, aqueles quadris produzia uma sensaçao incomum, que ecoava em meus lábios em forma de murmúrios e gemidos, e aquela mulher, murmurou:

- Aprecio esse olhar em um homem...

- Desejo e prazer...

Cravou as unhas em minha pele, e curvou sobre meu corpo, ritmando cada movimento dos quadris, para frente e para trás, para cima e para baixo, gemia proximo de meu ouvido, e remexia indecente e ardentemente todo corpo sobre meu corpo, podia sentir os mamilos intumescidos roçando minha pele, e em um movimento mais intenso, senti o músculo ser comprimido, massageado entre as pernas dela, que convulsionando, pareceu adentrar em um transe, delirava febril remexendo cada vez mais rápido, com mais força, com mais vigor, e cravando as unhas em meu corpo, murmurou:

- Quero aquilo que mereço...

- E você pertence a mim...

A tempestade parecia acompanhar o estado emocional dela, por que uma sucessão de relampagos emergia da escuridão, percorrendo todo firmamento e iluminando todo ambiente, e convulsionando, ficou entregue sob meu corpo, em um êxtase ofegante, suspirava e gemia alto, pronunciando palavras incompreensíveis, palavras que ecoara envolta nos ruídos causados pelos inúmeros trovoes que acompanhava os derradeiros relampagos daquela sombria tempestade.

Permaneceu quieta, por longos minutos, apenas olhando para mim, com um olhar sinistro, que brilhava reluzindo a luminosidade dos relampagos, e disse:

- Imagino que esteja pensando em algo...

- Como será seu fim...

- Não tenha medo, será indolor e rápido...

- Pouparei você da dor...

- Pelo meu prazer.

- Mas não será nessa noite...

- Permanecerá mais uma noite vivo.

Aquela mulher levantou diante de mim, remexendo todo corpo, em um movimento sinuoso, e sorrindo murmurou, com um brilho nos olhos:

- Sempre apreciei uma boa companhia.

- E por mais uma noite, terá minha atenção.

A mulher cobriu o corpo com o roupão, e pude ver a silhueta sumir em meio a escuridão, apenas o ruído do salto alto, ecoar em meio a penumbra, e a tempestade começar a cessar, restando apenas uma garoa fina. Quanto a mim, ainda fui mantido prisioneiro naquele casarão por algumas noites, antes de ter meu destino selado, substitiuindo aquela criatura além do mundo de espelhos, e hoje vago entre as realidades, observando atentamente, procurando por mais uma vitima, dos desejos profanos, que foram infligidos em minha pele e corpo por aquela criatura, que agora certamente, não precisa viver em um universo frio, onde a imagem pode não ser a verdade da alma daquele que é refletido.

• Damien Lockheart

DAMIEN DARKHOLME
Enviado por DAMIEN DARKHOLME em 25/12/2012
Código do texto: T4052042
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.