O BARULHO

Meu carro estacionou bem ao lado do carro de minha esposa. Logo percebi pela placa. Aquele carro fora o que eu havia dado de presente no seu aniversário. Decidi por aquele presente pelo fato de gostar de vê-la sorrir. O seu sorriso naquela noite em que recebera seu presente valeu o dobro de qualquer valor material.

Eu estava estranhando, neste horário de 15h 35 seg.,ela deveria estar na academia onde praticava hidroginástica. Que estranho!_ fiquei sem saber bem o que estava acontecendo.

Talvez a academia estivesse fechada e ela resolveu ir às compras. Mil pensamentos me atormentavam, mas tinha que aguentar, pois já fui taxado de ciumento muitas vezes.

Não me decidia se saia do carro, ou se ia embora em um só arranco, ou se gritava seu nome, ou ainda , se chorava. _Fique sentado onde está e apenas observe tudo _ uma voz interior teimava em me dizer . Na verdade o suor frio começou a me incomodar, mesmo com o ar ligado meu carro não estava sendo um ambiente bom, e nem eu queria ficar sentado.

Num impulso abri a porta e saí. Estava gelado e as pulsações não eram normais. Olhei em volta. As pessoas passavam de lá pra cá, de cá pra lá em movimentos rítmicos normais, porém para mim elas estavam eufóricas e gritavam bem alto:

_ Louco. Louco. O carro não é de sua esposa.

Será que eu estava ficando louco? O suor descia em meu rosto. Abri mais do que o costume meus olhos ( estavam fora da órbita) e li a placa. Não, eu não estava louco. A placa era real como real era aquela situação. Não sai da calçada. De repente ela apareceu: minha linda esposa abraçadinha a um jovem senhor quarentão. Quase perdi o fôlego. Ela me viu...ela me viu...Aproximei-me e dei uma bofetada naquele homem. O barulho chamou a atenção de todos. Minha esposa gritava.

_Pare.Pare. Ele chegou dos Estados Unidos, hoje, de surpresa. É o meu irmão... e, eu não tive tempo de te contar. Fiquei envergonhado.

zemary
Enviado por zemary em 24/12/2012
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