GAROTO - LOBO - PARTE 2
CARRY, A MENINA QUE SUMIU
“A menina Carry de apenas 12 anos sumiu de sua casa, ainda é mistério como em que foi tirada de casa, contudo a polícia está investigando e desvendará este caso” – afirmava o prefeito da cidade, em sua apresentação à televisão, estava apreensivo, nunca naquela pacata cidade havia acontecido uma coisa como esta.
Ao ver aquilo uma série de comichões o dominaram, pensaram que talvez era poderia ter sido ele quem a tirará de casa, Richard ficou congelado em frente a televisão, seu peito estava gelado como a noite passada, não se lembrava de nada, até ser acordado pela luz do sol.
- Aconteceu alguma coisa filho? – perguntou a mãe preocupada com a reação do filho – você está estranho ultimamente, apresse se está atrasado.
Saiu de casa, sem dizer uma palavra. Mesmo com pouca idade costumava ir a escola sozinho, afinal o que poderia acontecer com ele em alguns quarteirões que separavam sua escola de sua casa.
Sentiu como se alguém o vigiasse, as ruas da cidade eram estreitas, só passava um carro por vez, exceto a rua principal que ligava a pequena cidade a estrada que ligava diversas cidades e estados, todas as casas possuíam pelo menos uma arvore em frente, entre algumas casas havia entradas que dava acesso a grande floresta que rodeava a cidade. Dizem que a muito tempo, feras inimagináveis andavam por lá, que todos que entravam lá sozinhos eram abduzidos, comidos, transformados, torturados. Claro, que todas circulavam sussurradas pelos cantos da cidade como lendas urbanas para “assustar criancinhas”.
“Hey” sussurou uma voz ao menino, ele assustou-se, apreensivo apertou o passo, olhou para os lados e não viu ninguém, “ Você sabe o que você é?” ele olhou novamente tentando identificar aquela voz e acima disto distinguir de onde viera. O que mais o assustou foi supor que viria de uma passagem entre as casas. Era sombria, estreita, misteriosa. Correu como o garoto que ainda era até chegar a escola. As palavras ecoavam em sua cabeça “ Voce sabe o que você é?.
Ouviu alguns meninos conversando algo sobre o sangue encontrado a beira do rio, o que seus pais comentaram a respeito disto, sobre a menina desaparecida e por fim sobre uma das lendas urbanas.
- Meu pai disse que aquela menina foi morta e que nunca a encontraram porque foi comida pelo Lobo. - um segundo menino indignado continuou:
- Meus pais disseram que isto não existe é só mais uma história para colocar medo nas crianças. – o terceiro, menos interado, então, perguntou:
- Como assim um lobo? – foi encarado como se fosse um idiota, porém um deles explicou:
- Na verdade não são lobos, eram pessoas que foram escolhidas por outros lobos, estes as transformam infectando-as com seu sangue, dizem que as pessoas vão se transformando aos poucos, alguns dizem que no começo ficam peludas, depois vem as patas e ao poucos viram lobos...
- Não seja tolo! – interrompeu o segundo – meu avô me contou essa história, disse que a mãe dele viu um se transformar na frente dela, disse que no começo eles precisam da lua para se transformar e conforme o tempo passa transformam se em qualquer hora do dia, sempre quando o lobo sentir fome ou raiva – completou - e não são todos que podem ser transformados em lobos, se a pessoa errada for mordida ela morrerá com o sangue do lobo.
O pequeno Richard empalideceu, suas mãos começaram a suar, geladas, ficou com medo que descobrissem o que provavelmente era ela, saiu, pisando leve para que não percebessem que estava saindo. Quando tomou uma boa distância correu, o mais rápido que conseguia, como se sua vida dependesse disso, entrou num beco, chegou a floresta.