Ela está me esperando
-Não, eu juro! Não estava lá naquela noite.
-Ok, Jackson! Vou enviar as suas afirmações para a diretoria da educação na próxima semana. Creio que está em sua mãos em menos de quinze dias...
-Não é necessário!
Manhã fria em uma cidade deserta, as folhas cobres das árvores dão vida a paisagem que ele admirava na janela. Podia escutar a voz do silencio e junto o assovio do vento. Como um concerto.
No interior da sala, impecável era a organização, e nos pequenos detalhes destaca a elegância de todo ambiente.
Lembrou-se do dia em que Anne Clinton esteve aqui, me trazendo alegria, amor e paz. E sem querer demonstrar tamanha tristeza aos convidados ali, esboçou um sorriso que mostrava apenas o dentes amarelados e o olhar de cansaço.
Então, a Clotilde entra segurando a bandeja com uma xícara de chá de ervas e ao lado inúmeros comprimidos de calmante... Era o velório de Anne.
-Precisa de mais alguma coisa? - Pergunta Clotilde.
-Não, sirva o pessoa e me esqueça. - Malditos remédios amargos.
Clotilde se virou, e em sua perna direita via um corte profundo no auge da cicatrização, deixando em evidencia a casca de proteção da ferida.
Joanna Corlle sentada no sofá como uma dama, me olha e abria um sorriso que jamais vi em seus lábios, transmitia sarcasmo, assim como aquele vestido á vácuo que esta usando, deixando as pernas brancas, quase transparentes a mostra.
O som ficou mais forte, não sabia distinguir o que era e donde vinha, mas em borrados via o rosto dela e suas bochechas avermelhadas e gordas, começou a gargalhar e não parava mais enquanto todo o resto das pessoas agiam normalmente.
Dormi, mas um sono estranho, jamais tinha tido algo tão gelado! Dentro de um sonho escuro, com fumaça. Sentia que me tiravam de um lago.
-Porque estou aqui? - Pergunto a enfermeira que reconheço desde criança, mas ela nada responde.
-Droga, eu morri!
Uma luz grande se aproxima de mim e não acredito no que vejo. Anne Clinton se aproxima e estica a mão a mim
Um coração pulsando em sua mão esquerda sangrava pingando no chão.
...continua...