O Mal que Habita em Mim

Ele estava correndo o máximo que podia. Mas já estava ficando sem folego para manter o mesmo pique por muito tempo. Os dois homens que estavam o perseguindo, não demonstrava nenhum sinal de fraqueza ou cansaço, ao contrario, estavam cada vez mais próximo. Por muitas vezes conseguiu escapar dos atropelamentos que poderia acontecer, pois, Marcus Gutierres atravessava faróis fechados e abertos sem medo algum, o pânico, não o deixava perceber o risco de algum carro lhe acertar.

Marcus percebeu que estava sendo seguido quando estava saindo do metro na estação Trianon-Masp, ao notar que dois homens o perseguiam, começou uma caça de cão e gato. Eles corriam pela Avenida Paulista desviando dos pedestres que atentamente viam aquela cena. Marcus conseguiu ter um pouco de folego, ao entrar no Shopping Center 3.E então foi até o banheiro lavar o rosto e recuperar as forças, enquanto sua mente o acusava "Burro! Como pode deixar pistas?" Lembrou se de Daiana, sua amiga de infância, a ultima vez que esteve com ela, Daiana dormia num sono profundo, sua pele estava pálida e fria, Marcus sabia que ela estava morta, ainda sim, passou a mãos pelo seus cabelos e lhe deu um breve beijo nos lábios e disse:

-Preciso visitar uma amiga e já volto. Prometo que não vou demorar. E não se preocupe, as coisas vão ficar bem!

E foi quando estava indo a caminho da casa de Jessica que, os dois homens começou a persegui lo. Marcus estava indo em direção a porta para sair do banheiro, quando os dois homens entram lhe apontando a arma gritando;

-Fique de joelhos agora seu filho da mãe!

Ele ajoelhou se com as mãos na cabeça, sentiu o cheiro de pólvora quando um daqueles homens colocou a arma próximo a sua tempora. Era notável que aqueles dois homens não estavam de brincadeira e que aquela arma provavelmente teria sido usada minutos antes.

Dias antes ...

Marcus durante dois anos ficou preso por assassinato a 5 mulheres. Algumas pistas deixadas acabaram levando a ele, porém, o mesmo nunca assumiu os homicídios, se dizia inocente, e que nunca tinha visto ou conhecido as vitimas de que estava sendo acusado. Durante esses anos na cadeia, seu advogado conseguiu provar de que Marcus sofria de problemas psicológicos, e que por isso, talvez não pudesse se lembrar dos assassinatos e ser julgado por eles, assim, Marcus foi encaminhado a um hospital para pessoas com problemas mentais, e ali teria o devido tratamento.

Mas o plano de fuga foi questão de dias, e ao fugir, decidi-o sair do Rio de Janeiro e vir a São Paulo reencontrar sua amiga e primeira paixão da sua infância. Marcus mesmo depois de anos, na cadeia, sua aparência era marcante com seu corpo atlético, era totalmente diferente de quando criança, onde era zombado e humilhado por todos, devido não ser o mais bonito do colégio, e sim o mais feio.

Daiana era sua amiga, e embora, Marcus soubesse de que ela nunca o viu com outros olhos, ele a amava com toda força que ele poderia ter, e essa paixão o acompanhou durante toda sua vida.

Quando Marcus ha viu depois de anos, ela continuava linda, com seus cabelos pretos, longos e lisos, seu corpo marcante e a sua sensualidade a deixava ainda mais bela.

Durante meses tiveram atividades normais de amigos, cinema, teatro, barzinhos, shows, etc. E Marcus sempre escondeu o passado escuro que viverá. E numa noite quando ele resolve se declarar a ela, a resposta que ouviu foi;

-Eu sinto muito Marcus. Acho que tantas coisas pra relembrar que não contei que estou noiva, e meu noivo esta fora do Brasil, e assim que voltar vamos nos casar. E já adianto que quero você como padrinho. - Aquelas palavras o deixou no chão, mas, aquela sensação voltou a crescer dentro dele, já sentiu aquilo outras cinco vezes, seus pensamentos são interrompidos por Daiana. -Ei, Psiu! Que mundo você esta hein?

-Desculpe, é que não imaginava. -Ele diz com um sorriso no rosto. Daiana o abraça forte e completa;

-Senti tanto a sua falta. É tão bom você esta de volta.

"Você não imagina o quando eu senti a sua. Vamos ficar juntos Daiana, você será minha para sempre". Pena Daiana não pudesse ler a mente, assim saberia o destino trágico que a vida lhe reservava.

Alguns dias depois Daiana foi visita lo no seu apartamento. Ela estava mais linda do nunca, quando sentou se no sofá, contando as novidades do trabalho, e preparativos sobre o casamento. Marcus vai até a cozinha e pega a melhor faca que ele tem, a mais cara e a que apresentava melhor limpeza. " Você merece sempre o melhor Daiana, meu amor!".

Marcus fica atrás do sofá segurando a faca enquanto Daiana falava sem parar, em questão de segundo ele apunhala a faca pelas costa de Daiana chegando ao coração. Daiana caia ao chão, e Marcus logo começa a esfaqueá-la cada vez mais. Foram em torno de quarenta facadas, depois disso, ele vai até o bainheiro e comtempla seu rosto cheio de sangue, ele se lava cuidadosamente, pega o corpo de Daiana, limpa os ferimentos, e a coloca na sua cama. E assim ele a deixou com o decorrer dos dias, o mal cheiro não lhe incomodava, ele a amava demais para se importar com essas coisas.

Foi onde Marcus fez uma lista de todas as mulheres de que ele foi desprezado na infância, e assim matou mais 9 depois de Daiana. Bruna, Shirley, Carla, Zileide, Liliane, Renata, Cinthia, Deborah, Andressa e a ultima da lista seria Jessica. As outras 5 que ele matou no rio, uma porque trombou com ele e não pediu desculpas, a outra por que estava saindo com o padre da comunidade, fazendo o Padre cair no pecado, outra por que humilhava as outras pessoas, outra por se achar inferior ao mundo, desejando sempre a morte e não tendo a coragem de tira la com as mãos, ele então resolve ajuda la, e a ultima foi por diversão. Talvez realmente ele tivesse um problema psicológico, mas, se lembrava de cada uma das mortes, as suplicas, os últimos suspiros, o gosto e a sensação do sangue sobre a sua pele, ele apenas acreditava que praticava a justiça.

Um dos homens trancou a porta do banheiro e ambos começaram a espancar Marcus. A medida que os homens batiam com mais força, ele tinha crise de risos, sentia que uma de suas costelas estava quebrada, e lhe havia perfurado o pulmão, o dificultando para respirar, um dos homens, o faz ficar de joelho novamente, pois, estava deitado de tanto que eles lhe bateram, e disse;

-Você matou a minha irmã seu desgraçado, e agora, eu vou acabar com você. Descobri seu paradeiro pelas imagens de segurança que a policia mostrou a minha família, e quando te vi andando calmamente pela rua, decidi que a prisão é pouco pra você.

Marcus com dificuldades começa a rir novamente;

-Acha mesmo que sua irmã foi a única? Já matei mais de 10, quais delas era a sua irmã? Olhando pra você desse ter sido a mais vadia e fácil que consegui conquistar.

Com lagrimas nos olhos, e com sua voz triste aquele homem então pergunta;

-Por que faz isso? Sabe o mal que causo na família dessas pessoas?

Sem expressão alguma de arrependimento Marcus responde;

-Talvez, seja um mal que habita em mim.

Aquele homem seca as lagrimas, aponta a arma novamente, e em questão de segundos Marcus se lembrou "Droga! Prometi a Daiana que não ia demorar", ouve um disparo e Marcus adormeceu num sono profundo, escuro, sombrio e eterno.