O segredo de Milessa e Milena (Micro Série)

1 .CAPÍTULO: Minha nova morada , Sebastian o estranho e o comportamento esquisito de Duca a gata.

--RACHEELLLLLLLLLLLL PINTOOO VOCÊ JÁ ARRUMOU AS SUAS COISAS???—essa que grita feito uma maluca é minha mãe, a Sarah. Ela sempre teve esse péssimo hábito de ficar me gritando quando eu me demorava em alguma coisa. Bufo e grito em resposta pulando em cima de minha mala que não queria fechar de maneira alguma:

-- SIMMMMMMMMMM!!!!!SÓ FALTA FECHAR A MINHA MALAAA!Olho pra Duca, minha gata, que assistia a tudo com estranhamento. Estávamos de mudança. Mamãe e papai separaram-se após sete anos de casados. Até que duraram muito. Mamãe descobrira que papai tinha outra, uma tal de Beatriz.Sarah, ficou durante um tempo arrasada (na verdade jogou pratos e copos em papai) e decidiu depois expulsá-lo. Como a casa não era dela e sim de papai, Sarah teve um mês para desocupá-la. Qual acabava hoje.

-- Esta pronta mocinha? – me pergunta Sarah, que acabava de adentrar ao meu quarto. Encaro-a num verdadeiro ar de desafio. Tentava enxergar nela algum traço que parecesse comigo. Bom diria que herdei de Sarah: os cabelos arruivados, as saradas e os olhos verdes feitos jade.

-- Não... ainda não... Não consigo fechar esta mala... —digo levantando de cima da minha mala gigante, que estava bem abarrotada de roupas.

-- Ahá! Também você não dobrou as suas roupas, né?—me esclarece. Cara, eu nunca havia dobrado roupa na minha vida. Quem fazia sempre isso pra mim era a Zuleica, a secretária do lar que tínhamos. E pra falar a verdade eu não estava com nenhum pingo de vontade de ir pra aquela casa do campo. Onde sapos berram alucinadamente!Mamãe começa a dobrar as minhas roupas

-- Sarah, você tem certeza que vamos morar naquela casa do campo?—Sarah para imediatamente de dobrar as roupas e me encara com olhos chispantes.

-- Se você preferir pode ficar aqui com o seu pai...

-- Não, obrigada prefiro a sua companhia... —respondo ajudando a guardar as roupas na mala. Deus me livre de ir morar junto com Dr. Eduardo (este é meu pai) e Beatriz a megera.

Assim que as roupas estavam devidamente dobradas como origamis em minha mala, Sarah diz:

--Pronto. Daqui a pouco venho te chamar pra partirmos...

Sarah sai e me deixa a sós com Duca e meu quarto vazio.

***

Sabe aquela casa em que Dorothy morava com Totó? Bom eis aí a descrição de meu mais novo lar: A CASA DO CAMPO. Bom, era uma casa de dois andares com um vasto jardim com carvalhos imensos e antigos. A casa parecia abandonada. Pergunto para Sarah como se não estivesse acreditando no que estava prestes a acontecer:

--É aqui que iremos morar?

-- Sim. – me responde acenando afirmativamente com a cabeça. Sarah estaciona o carro bem em frente à porta da casa. Ela galga alguns degraus e põe a chave na porta. Permaneço no carro, com a cara mais embirrada que conseguia fazer.

-- RACHELLL VENHA JÁ.—me grita como se estivesse na China. Deixo Duca, minha dorminhoca companheira de viagem, ressonando no carro. Galgo os degraus e pergunto:

-- O quê?

-- SEJA, BEM-VINDA A NOSSO NOVO LAR!!! TCHA-NÃ. – berra, empurrando a porta. Uma nuvem de poeira logo é levantada. Oh, god! O que fiz pra merecer uma mãe destas?

***

No entardecer, chegam dois caminhões com as mudanças. E um cara, muito suspeito (e, diga-se de passagem, bonito) se propõe a auxiliar Sarah com a mudança. Sarah aceita prontamente.

***

-- Obrigada... —disse Sarah a Sebastian, assim, que todas as caixas foram postas para dentro. Aquele individuo que nos ajudara chamava-se Sebastian. Tinha 37 anos, era solteiro e morava a cinco quilômetros de distância de nossa morada. Tinha olhos castanhos claros, cabelos brancos começando a clarear e um sorriso que deixava Sarah, totalmente doida!

-- Por que você não fica para jantar?—oferece Sarah.

-- Não quero incomodar... —contrapõe Sebastian.

-- Você tem um estomago forte?—pergunto com um sorriso malicioso.

-- Por que mocinha?—pergunta curioso.

-- Porque Sarah não sabe cozinhar... Ela faz cada gororoba... —nesse momento Sarah, que estava ao meu lado, pisa no meu pé, como se estivesse apagando uma bituca de cigarro recém jogada no chão.

-- Bom, num instantinho preparo algo pra nos jantarmos. —chama a assassina de pés, indicando a direção da cozinha.

-- Se não for muito incomodo... —fala seguindo-o.

Meu pé estava latejando. Enquanto Sarah oferecia o jantara Sebastian, saio em companhia de Duca que assistia a tudo do sofá. Realizaria a primeira expedição pela casa.

***

O lugar em que estava: sótão. Por quê? Não sei responder. Pra dizer a verdade viera pra cá porque Duca saíra correndo feito uma louca. Parecia que algo havia a atraído... Penso eu, que deveria ser algum rato que por ali, corresse.

O lugar estava vazio, a não ser, pelo fato de ali existir aranhas antigas que, montavam as suas redes de teia. Tudo ali cheirava a velho. Encontro, Duca num canto do sótão. Estava parada , como se estivesse paralisada, como se estivesse a ver alguma coisa... Aproximo-me.

Ela vira pra mim e mia. Um frio arrepia a minha coluna. Gente era como se houvessem jogado um copo de água gelado nas minhas costas. Jesus!

Duca sai correndo e eu vou logo em seguida.

***

Encontro minha mãe tentando cozinhar. Achego-me da panela e pergunto curiosa:

-- O que isso?

-- Macarrão...

Háháhá. Se aquilo fosse macarrão, Elvis não morreu. Como havia dito Sarah não sabe cozinhar! A água estava borbulhando mais do que o Vesúvio.

-- Você trabalha do quê?—digo ao sentar à mesa, de frente ao Sebastian. Podia sentir atrás de, minhas costas, o olhar reprovador e fulminante de Sarah.

--Sou médico...

Sarah termina de preparar o macarrão e pega três pratos nos quais deposita a gororoba. Ao dar a primeira garfada quase me engasgo. E digo:

-- Sarah estou sem fome... Será que posso ir pro meu quarto?

--Pode.

Saio deixando os pombinhos enamorados a sós. Duca me segue. Acho que assim como eu, não aprovara em nada os dotes culinários de Sarah.

E aí o que acharam?Comentem!

Raffael Petter
Enviado por Raffael Petter em 16/10/2012
Código do texto: T3936473
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