TORPOR

Silencio,algo escuro preenche a luz do ambiente,algo inexplicável.Um gemido surdo toma conta do quarto,Luiza grita,chora e se desespera.Seus olhos estão vermelhos e suas mãos molhadas de sangue,ela tenta se levantar para lavá-las,mas suas pernas não permitiram;caiu sentada no tapete,a dor a corta,a fere e a deixa em torpor.Trêmula,ela deita-se e olha para o teto se contorcendo.Sua mão direita tateia o telefone,ela o agarra e disca os números enquanto ainda consegue enxergá-los.A voz de Dann ecoa do outro lado.

-Oi meu anjo,que foi?

-Dann...Eu estou...

-O que meu bem?!,aconteceu alguma coisa?Sua voz está trêmula.

-Nosso bebê...-O choro não a deixa completar

-O que tem nosso bebê?!-Sua caminhada se interrompe

-Sangue...-O delírio começa a atordoá-la.

-Luiza...pelo amor de Deus,o que você fez?!-Seu coração inquieta-se,a ideia que lhe encheu a mente o assustou.

-Sangue...Dor...-Silêncio do outro lado da linha...

Dann grita,sacode o celular e tenta,mas nada o religa com a voz da esposa.Olha ao redor,o estacionamento está longe,não pode pular a janela e nem descer correndo pelas escadas,resta-lhe esperar o elevador,que demora mais que tudo.Ele espanca os botões,mas nada adianta;dez minutos se passam e finalmente a porta abre.Ele digita os números do térreo com rapidez,mais dez minutos para chegar embaixo e mais cinco para alcançar o carro.Liga o automóvel e segue,vira duas ruas e chega ao prédio,entra,sobe correndo as escadas,chega na porta e para,respira,coloca a chave e entra.Encontra a mulher no tapete,jazida sobre uma poça de sangue,sem sentidos,talvez morta.Ajoelha-se,coloca-a nos braços e chora.

-Luiza,meu amor,o que houve?!-Nota um corte na barriga dela,fundo,muito fundo.

-Você fez isso?!-Levanta a camiseta dela,passa a mão no corte,olha e nota uma letra,parece até auto relevo- Fê...de Freibonet...desgraçado,eu juro que o matarei...-Alcança o celular e disca os números da emergência.-Atende,pelo amor de Deus-Dialoga com a atendente e pede urgência.

A ambulância chega,as sirenes chamam a atenção do bairro,homens e mulheres saem nas janelas buscando saber do que se trata.Homens de fardamento sobem as escadas do prédio,os passantes param,as crianças param,até os animais parecem parar para ver.Uma maca entra na ambulância, Luiza está muito,muito doente,talvez na resista. Dann desce,olha os curiosos com desdém,instrui os paramédicos sobre o plano de saúde,entra no carro e segue o automóvel branco.

Um homem de vastos cabelos brancos os recebe a porta do hospital,seus olhos azuis os observa,a maca adentra,ele olha a jovem e balança a cabeça, “Não vai resistir,perdeu muito sangue”,sua experiência fala-lhe,ele sabe que ela morrerá. Dann olha,chora e volta para seu carro,vai encontrar Freibonet,vai se vingar de Freibonet e vai acabar com esse desgraçado....

FIM...

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 06/10/2012
Código do texto: T3919136
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.