Lendas folclóricas de Sabará – Minas Gerais

 
 

Tem história que o povo conta
e a gente não esquece mais não,
passando de boca em boca
acaba virando lenda, tradição!!
 
 
Sabará é assim ...
Tem muitas histórias pra contar
em suas ruas, casarões e igrejas
aconteceram fatos marcantes
que fazem o povo  “arrepiar”.
 
 
Ana Paula Cruz

 
 
Lenda do Chafariz do Kaquende
 

Dizem que há um diabinho que mora dentro do Chafariz e que nas sextas-feiras de lua cheia  sai para passear pela cidade transformando-se num belo rapaz.
Quando uma moça cruza seu caminho ele a encanta, porque tem bastante jeito no trato com as damas.
A jovem apaixonada se deixa levar pelo charme do moço, porém, ele precisa voltar à fonte deixando a moça desiludida, amargurada e esperando um filho que será um diabinho.
Mas dizem que o diabinho é bondoso e gosta de ajudar os outros, para isso basta beber três goles da água do chafariz com a mão esquerda e fazer um pedido que ele ajuda.
Ah!!!! Dizem também que quem bebe das águas desta fonte sempre retorna a Sabará.
 
 
Lenda da Lagoa da Reta
 
Havia uma casa de baile perto de onde passavam as procissões de quaresma.
Certa vez, durante a passagem da procissão, contrariando as ordens do padre, que pediu para que a casa fosse fechada e não ligassem a música, as pessoas não deram atenção e continuaram dançando, cantando e fazendo muito barulho.
Ao passar pelo salão, o padre contrariado amaldiçoou aquele lugar e ao levantar o crucifixo, dando continuidade à procissão, a casa começou a afundar, levando junto todos que participavam daquela festa. Nenhum deles voltou a ser visto, pois, aquele misterioso movimento de terra, foi imediatamente tomado pela água, transformando-se em uma lagoa sem fundo que foi chamada Lagoa do Poço da Bomba, atualmente conhecida como Lagoa da Reta.
Os peixes desta lagoa seriam as pessoas que estavam no baile.                                
 
 
Lenda da Igreja Nossa Senhora do Rosário
 
Conta a lenda que a Igreja do Rosário estava no meio de sua construção quando a princesa Izabel assinou a Lei Auréa e libertou os escravos.
Com medo da princesa se arrepender e dos senhores não os deixarem ir embora os escravos saíram correndo em busca da tão sonhada liberdade deixando a igreja inacabada.
Os senhores ricos da época tentaram prosseguir a construção da igreja, mas não conseguiram, porque eles ordenavam que subissem algumas paredes durante o dia e as almas dos escravos que haviam morrido durante os 118 anos gastos na construção desta igreja derrubavam tudo durante a noite.
 
 
 
Lenda da Mulher do Algodão
 
Em uma escola de Sabará lecionava uma professora que repudiava os alunos bagunceiros e castigava todos que fizessem alguma traquinagem. Vivia a gritar pelos corredores da escola que quando morresse, voltaria para atormentar os alunos rebeldes.
Passados alguns anos a professora se foi deste mundo. Pouco tempo depois, durante a quaresma, na escola onde a professora trabalhava, uma aluna causou uma grande confusão dentro da sala de aula e logo em seguida saiu para ir ao banheiro.
Chegando lá, ao fechar a porta viu uma mulher vestida de branco com algodão nos ouvidos, na boca e onde deveriam estar os olhos. Apavorada, a aluna saiu correndo aos berros por toda escola dizendo ter visto um fantasma.
Daquele dia em diante, nenhuma menina entrou sozinha no banheiro feminino com medo de encontrar a Mulher do Algodão.
 
 
Lenda da Noiva do Carmo
 
Conta a lenda, que certo dia aconteceu na Igreja do Carmo um belíssimo casamento. Para a cerimônia foram convidados muitos moradores da cidade que puderam admirar toda beleza e juventude daquele casal. Todos os presentes ficaram fascinados com a exuberância da noiva com seu vestido rendado e um véu que percorria todo o corredor da igreja.
Os noivos apaixonados não conseguiam conter tamanha felicidade.
No momento do “sim” para surpresa e tristeza de todos, logo após a noiva responder positivamente a pergunta feita pelo padre, cai no chão, morta.
Tempo depois ao retornar para casa, um homem passa próximo a Igreja do Carmo e avista uma bela noiva a caminhar solitária pela rua. Imediatamente encantado com a sua beleza começa a cortejá-la e como já é noite pergunta a noiva misteriosa se pode acompanhá-la até a sua casa.
A noiva balança a cabeça em sinal de consentimento. O homem pergunta, então, onde ela mora e a noiva aponta o braço para o Cemitério do Carmo que fica em frente a igreja.
Tomado pelo pavor, ele saiu correndo pela rua escura e deserta enquanto a noiva sumiu dentro do cemitério.
Poucas horas depois, ainda muito assustado, o homem voltou ao cemitério acompanhado de vários amigos. Todos ficaram arrepiados ao ver que sobre a sepultura, com o retrato de uma linda jovem, estava jogado um imenso véu de noiva todo sujo e rasgado.
 
* Lendas baseadas em versões contadas por Chiquinho da TV Muro, Sabará, Minas Gerais.