Sede De Vingança

 
     Raquel estava estirada no chão. Em seus lábios um corte deixava o sangue sair e sujar o seu corpo nu na calçada. Uma sombra se aproxima, Raquel se arrasta para junto à parede. Aos poucos a sombra se revela ser um homem. Raquel grita a todo pulmão, mas naquele horário ninguém estava perto para ouvir a sua súplica...
     Dois meses se passaram
     Passos apressados. Nas calçadas sujas pelos hábitos. De lançar a sua sujeira à beira da calçada. Repletas de dores, sonhos perdidos, loucuras de quem não se sente mais digno de viver.
     Com seu belo corpo Sandra caminha. Coberta pela luz das lâmpadas penduradas em postes. Que se destinam a diminuir seus anseios, mas não escondem seu desejo. De chegar segura, ao canto aconchego que perdura, entre quatro paredes.
     Sandra passou pela rua próxima a sua casa. Em passos apressados procurava chegar o quanto antes.  Uma mão a puxa para dentro de um beco. Sandra se debate, procura arranhar seu agressor. Seu corpo é jogado para o lado. Ela bate em uma parede e cai assustada entre urina e fezes. O agressor se aproxima com o rosto coberto por uma máscara. Retira uma faca e a aponta para Sandra. Ele observa o corpo de Sandra, a olha nos olhos, comenta que arrancaria sua roupa e a violentaria pelo resto da noite. Sandra encara o seu agressor e sente que no fundo daqueles olhos existia uma pessoa conhecida.
     Uma pessoa aparece. Segura o agressor e o lança contra a parede. A umidade, o lodo faz com que o opressor escorregue até o chão. Ele se levanta e corre para dentro da noite. Lentamente o benfeitor se aproxima de Sandra. A ajuda a caminhar até  próximo a luz:
     - Meu nome é Rogério, você esta bem?
      - Não, mas vou melhorar muito obrigada.
     - Posso ajudar em mais alguma coisa?
     - Você se machucou, eu moro aqui perto.
     Rogério acompanhou Sandra até a sua casa. Chegando Rogério aconselhou Sandra a ligar para a polícia e relatar o acontecido. Sandra não quis, ela informou Rogério de que trabalhava na noite e não podia confiar na polícia.
     Rogério foi até o banheiro e se lavou. Do banheiro Rogério pode escutar uma batida na porta. Ele saiu lentamente do banheiro enquanto escutava uma discussão na sala. Ao chegar à sala ele pode ver um homem gesticulando. Na sala ao perceberem a presença de Rogério pararam a discussão e Sandra explicou que se tratava de seu cafetão.
     Rogério dá um passo para traz. Sandra explica para Rogério que não deveria se assustar. Ela explica ao seu cafetão o ocorrido. Depois de alguns minutos Rogério se senta e começa a escutar uma história de violência e contravenção. Rogério se despede, informando que deveria se encontrar com uma pessoa. Mas Sandra o impede. Rogério faz uma ligação e pede para que a pessoa ao qual ele encontraria lhe encontrasse naquele endereço. Passado alguns minutos batem na porta e a pessoa do compromisso de Rogério entra no apartamento:
     - Raquel! – falava Sandra visivelmente assustada.
     O cafetão de Sandra se levanta tentando empreender uma reação. Raquel dispara um único tiro acertando na cabeça fazendo o corpo do cafetão cair ao chão. Sandra percebe os arranhões no braço de Raquel e a confronta:
     - Não foi culpa minha e nem de Márcia! Você deveria ceder e trabalhar na rua!
     - Então por isso ele poderia me estuprar?
     Raquel aponta a arma para Sandra, Rogério interfere e segura à arma. Rogério segura Raquel e a leva no caminho da porta. Sandra se levanta, se ajoelha sobre o corpo de seu cafetão, pega uma arma que se encontrava em sua cintura. Rogério percebendo atira três vezes deixando Sandra sem vida esticada em um tapete.
     No outro dia
     Márcia caminha pela rua apressada. Uma mão a puxa para dentro de um beco. Márcia se debate, procura arranhar seu agressor. Seu corpo é jogado para o lado. Uma pessoa aparece. Segura o agressor e o lança contra a parede...
     Fim
 
 
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Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 09/07/2012
Reeditado em 09/07/2012
Código do texto: T3769103
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