Sobrevivência - Parte 2
Capitulo 2
07 – 11 – 2009
O começo da Epidemia
Mônica acorda em um hospital, ela reconhece o quarto, é o novo hospital de Campo Limpo Paulista, em volta existem quatro buques de flores, cada um com um grande cartão escrito o nome de seus amigos de trabalho, a porta se abre.
- A, que bom que você acordou. Fala uma enfermeira ao entrar no quarto.
- Seu nome é Mônica correto?
- Sim isso mesmo. Mas o que aconteceu? Minha cabeça dói.
- Calma Mônica, a senhora sofreu um acidente de trabalho, não sei lhe explicar muito bem o que ocorreu, mas a senhora dormiu por dois dias, mas teve uma ótima recuperação, talvez seus amigos possam te explicar melhor, há inclusive eles vieram pela manhã e deixaram esses buques para você.
A enfermeira se abaixa mais perto de Mônica.
- Inclusive eles são muito bonitos, quem sabe eu não venha te visitar quando eles estiverem aqui. Diz a enfermeira dando uma risadinha.
- Bem agora é melhor você dormir, está cansada e precisa descansar.
A enfermeira se retira do quarto. Mônica tenta se lembrar do acontecido, mas é em vão, decide dormir novamente.
- Boa noite Mônica.
Mônica abre os olhos e vê um rosto, Douglas esta a seu lado.
- Como esta garota da cabeça dura?
- Estou bem. Responde Mônica dando uma risadinha.
- O que aconteceu comigo?
- Até onde você se lembra?
-Bom, me lembro de estar abaixada, a garota desceu as escadas ao meu lado, mas quando olhei novamente ela já estava na parte de fora da casa olhando para mim, ai ouvi um estralo e tudo começou a se apagar. Diz Monica tentando sentar na cama.
Douglas a ajuda sentar. – Bem, foi uma pancada e tanto na sua cabeça garota, a menina que você salvou viu o lustre da casa cair em sua cabeça junto com um pedaço do teto, a menina desceu gritando e eu e Marcos corremos para dentro, sorte sua que você não ficou presa em nada, lhe tiramos rápido e um morador nos ajudou a trazer você.
- Bem, então pode se dizer que eu salvei a menina e ela me salvou.
- Mas e de resto?
- Como assim de resto? Pergunta Douglas.
- Bem eu fiquei inconsciente por dois dias, algo deve ter acontecido no mundo neste tempo.
- É, para falar a verdade esta acontecendo algo muito estranho pelo mundo, uma epidemia esta pegando muitas pessoas e essas pessoas estão mo...
- Boa noite Mônica. Diz a enfermeira entrando no quarto sem bater.
-Ó, me desculpe, não sabia que você tinha visitas. Diz ela olhando para Mônica e dando uma piscadinha rápida. Mônica da risada.
- Bem e como você se sente?
- Bem melhor obrigado, na verdade eu estou com fome.
- Sinto muito, mas por enquanto você não pode comer, na verdade não poderia nem mesmo ter visitas a essas horas, mas acho que essas regras não se aplicam muito bem aos bombeiros.
- Bem se é este o caso eu volto amanhã. Diz Douglas se levantando para sair.
- Me desculpe, não quis ser chata, é que são regras do hospital, mas se você quiser posso te dar meu telefone, assim posso arrumar um jeito de você entrar fora do horário de visitas.
- Hun, não é má idea, bem, então vamos lá fora, até amanhã Mônica. Diz Douglas.
- Até amanhã Douglas. Responde Mônica dando risadas.
A enfermeira ajuda Mônica a se deitar novamente e se retira do quarto com Douglas. Mônica fecha os olhos e pega no sono rapidamente, os remédios aplicados em sua veia são fortes por isso sente muito sono.
Na tarde do outro dia Mônica esta cochilando, mas seus sentidos estão ativos, ao longe ela ouve:
- Favor todos os médicos e enfermeiras que não estiverem em casos de urgência, se dirijam ao quarto sete.
Ela volta a dormir.
- Um barulho forte a acorda, ela olha para a janela, já é noite, uma gritaria começa do lado de fora, Mônica se levanta ainda com um pouco de dificuldade, ela se dirige até a porta e olha por uma fresta que da visão diretamente a recepção, um susto, existiam varias pessoas se atacando, alguns fugiam, outros já estavam com um aspecto estranho e corria atrás de qualquer pessoa que passasse na sua frente, ela se assusta novamente quando vê um homem derrubar uma criança no chão e começar a mastigá-la e come-la, Mônica fecha a porta rapidamente e usa a cadeira que estava ao seu lado para segurar a porta, neste momento ela começa a se lembrar do que ouviu nas rádios enquanto estava indo para o trabalho no dia do acidente, decide então ligar a televisão.
- Pedimos a todos que fiquem em suas casas, não saiam em hipótese alguma e que caso veja alguém com um machucado de mordida coloque-o imediatamente em “quarentena”, trancado em um quarto ou algo do tipo, já existem casos em todas as partes do mundo e ainda não existe cura, muitos já falam de uma catastro...
A televisão perde o sinal, Mônica começa a trocar os canais, algo esta estranho, muitos já estão fora do ar, à gritaria fora do quarto fica cada vez mais alto, Mônica já esta desesperada, de repente uma transmissão na televisão, não existia nenhum vídeo, somente o áudio, uma voz sufocada, era possível sentir o medo em seu tom de voz.
- Para todos que estão me ouvindo, por favor... preste muita atenção no que eu vou falar... o mundo criou uma nova arma química, uma bactéria silenciosa, jogada a primeiro momento no céu, poucas pessoas se infectaram, seus corpos ficaram vulneráveis a quaisquer outras doenças... logo eles estavam mortos... mas o que muitos não acreditaram ... em questões de horas, outros de minutos... eles ressuscitaram, mas... mas de uma forma diferente, começaram a atacar a qualquer pessoa que passa-se por perto... começaram a comer as pessoas... e essas pessoas que eram mordidas logo morriam, mas como eles logo ressuscitaram... e tudo começa novamente, isso esta se alastrando muito rápido... e essas coisas não são mais humanas, você pode arrancar suas pernas, elas continuam se rastejando para te devorar, o único modo é acertando a cabeça, diretamente no cérebro... talvez este seja meu ultimo comunicado, eles estão la fora, e eu não quero ser um deles .....
Um barulho como de um tiro soou, a voz se calou, Mônica sabia que aquilo era verdade, ela viu com seus próprios olhos, agora a única coisa que ela pensava era em como sair daquele hospital.