Estória que não vai acabar bem
Essa estória não pode acabar bem porque começa com um homem comum drogado e portando uma arma, e esses tipos de estórias NUNCA acabam bem. Ele se drogava porque já estava cansado de saber que sua vida não servia “para porra nunhuma”, como o seu pai bastardo constantemente destacava.
Ele estava cansado de ouvir falar pela boca dos outros como a sua vida tinha se tornado um dos maiores fracassos da história humana e como ele era agora o maior anti-heroi dessa mesma estória de constantes fracassos.
O que ele queria fazer era atravessar uma parede com a sua mão para quebra-la, para que a dor dos ossos partidos lembrassem de que ele ainda era um humano apesar de tudo. Apesar de sua namorada tê-lo deixado na sarjeta como um porco colérico e depois de ter sido chutado para fora de sua casa após sua mãe descobrir que (dizia ele que era de vez em quando) usava cocaína.
Mas o que poderia ele fazer para não se sentir assim: desprezado até mesmo pelos vermes que comeriam a sua carne futura?!? Ele já estava desesperado aum bom tempo pelo abraço da morte já que esse provavelmente era o único abraço que o seu ser poderia merecer de toda alma.
A sua alma, aquele pedaço de merda que jurava só poderia ter sido esconjurado de algum demônio que nem mesmo o otário perdedor Satã queria. Olhou-se no espelho e pensou em talvez rezar para Deus uma prece em que expressarias seu desejo de se matar já que sua vida não fazia sentido a um bom tempo.
Então, foi para a sacada de um prédio quase tão abandonado quanto ele mesmo, pôs a arma na sua cabeça depois de ter usado as últimas gramas da cocaína que trazia e no meio de todo o “high” da droga....
Viu um passarinho... uma droga de passarinho mediocre tinha atrapalhado o seu ato drástico de suicídio! Em uma alucinãção tipíca desses psicotrópicos ouviu o passarinho dizer:
- Por favor se dê outra chance
- Por que, passarinho, eu não sirvo para nada??
- se dê a chance e mais um dia, vinte e quatro horas, é tudo que eu lhe peço.
- OK então
Então o ex-suicida foi dormir e não pensou no caso pelo resto da semana...
Mas eis que chegou segunda.