Violência indomável
Histórias, quantas histórias por aí, neste mundão à fora,
histórias tristes, histórias alegres e até bem cativantes,
como esta do Joãozinho, garoto de seus oito anos
e sendo criança deveria ser feliz nem que fosse por instantes,
menino levado, com uma espontaneidade imensa,
tempo de pular brincar, uma transparência intensa,
ah! Mas este garoto tinha um pai violento,
sim, seu pai sr. Ernesto qualquer coisa ia batendo,
só batendo não, cada surra era um verdadeiro espancamento,
tudo pra este homem era pancada, gostava muito de meter a mão,
bater pra ele era uma lei e olha que não só batia nos filhos não,
tinha até amigos íntimos, que lhe aconselhava:
--- amigo, esta violência pode lhe trazer infelicidade,
---que nada, só batendo é que mantém minha felicidade,
e nada, mais nada mesmo conseguia mudar o homem turrão,
mal sabia ele que um dia, ia considerar maldita a sua mão,
Ernesto parecia que gostava mesmo era do seu lindo carrão,
um dia, Joãozinho na sua hiperatividade, atira uma pedra
e sem querer acerta o propalado carro de seu temível pai!
só nisto já deu para que o menino ficasse em desespero,
pois o amassado não era pequeno, mesmo se não fosse
seu terrível castigo já estava preparado, e quão terrível foi...
já ciente do estrago em seu carro e quem o tinha provocado,
não deu outra, Ernesto pega seu filho de jeito, espanca-o,
a pancadaria parecia uma eternidade, para o garoto, é lógico,
o pai carrasco depois de terminar o castigo com as mãos,
começa a bater a cabeça de seu filho justamente no carro,
finalmente Joãozinho cai desacordado no chão,
Ernesto nem se intimidou, ao ver o filho estendido
apenas declarou: -- fingimento é o que este garoto sabe fazer,
a mãe de Joãozinho, D.ª Maria as lágrimas não conseguia conter,
o pai Ernesto continua na indiferença, leva seu carro pra consertar,
várias horas se passam, ele volta todo feliz, com o carro consertado,
ele constata que o filho não está ali, está no hospital,
entra no seu carro, num instante está lá e vê seu filho muito mal,
o médico vai logo dizendo, que depois da ocorrência policial,
o que ele vai saber, aí é que ele vai se sentir muito mal,
--- seu filho depois daquela surra, por pouco poderia morrer,
mas nos meus conhecimentos médicos dificilmente ele vai ver,
a cegueira poderá ser iminente, cuide para que ele não prefira ter morrido,
Ernesto com os nervos em frangalhos, aproxima do filho agora querido,
Joãozinho todo enfaixado, diz parecendo feliz: - que bom pai ter vindo,
queria te pedir perdão, por ter estragado o seu lindo carrão!
Quando eu sair daqui, quero ver seu carro consertado,
ao escutar do filho a palavra ver, Ernesto se desespera, apela aos Céus,
trocaria tudo até sua vida para que seu filho não fosse infeliz!...
Qualquer semelhança é mera coincidência, mas as histórias se repetem, algumas alegres outras imensamente tristes, como esta que não quis relatar o fim, talvez aconteça o milagre, talvez muitos Joãozinhos consigam ter uma vida plena e feliz, talvez muitos pais acordem a tempo e constatam que a violência é um ato de desamor, um ato que poderão deixá-los com as almas em pedaços e o turbilhão dos remorsos os acompanhem para os restos de suas vidas!
HISTÓRIAS, HISTÓRIAS, MANIA DE ESCREVER, MANIA DE QUERER SER ESCRITOR!!!