A GRAMA CRESCEU (EC)
Diante da casa ela se surpreendera com o desleixo. Tudo pareceia em completo abandono. O pinheirinho, na frente da casa, pedia socorro. A grama seca e mal cuidada, crescera, quase invadindo a varanda. A mini goiabeira que plantara, com tanto carinho, estava seca, morta. E onde estaria as hortências que ela tanto amava? Como aquele lugar chegara a esse ponto de abandono?
Não se lembrava de nada, apenas daquela manhã chuvosa. Era como se um véu negro cobrisse suas lembranças e tudo recomeçasse do nada. Não sabia precisar quanto tempo esteve fora, perdera a noção de tudo.
A porta estava aberta. Entrou, chamou pelo marido (que saudade!) e ninguém respondeu. Engraçado, àquela hora da manhã ele ainda não havia saído para o trabalho. Por que não estaria em casa?
Respirou fundo, sentou-se na cadeira de balanço na varanda e ficou observando seu jardim até adormecer. Sonhou com o tempo em que vivia ali naquela casa de paredes brancas e telhado azul suave, tudo simetricamente organizado, em seu interior, e o jardim de hortênsias florido, simbolizando todo o amor que ali existia. Por que estaria tudo tão diferente agora?
Despertou com ruídos no interior da casa e voltou-se, assustada. Não percebera a presença do filho, já vestido para a escola e o marido, logo atrás, carregando a mochila escolar.
- Vamos, filho, estamos atrasados.
Aquela voz, tão amada, a emocionou. Uma lágrima percorreu-lhe a face. Levantou-se e foi de encontro a eles. Estranhou o fato de que ninguém percebera sua presença. Chamou por eles e não obteve resposta.
Uma luz se fez ao seu redor e, como pluma, planou no ar. Sentiu-se conduzida, nas asas de um anjo, para outro mundo, outra dimensão. E, enquanto voava, ouviu a voz do filho amado.
- Papai, a mamãe não vai mais voltar? Nunca mais?
- Não, filho. Ela agora é uma estrela no infinito. Foi morar com Papai do céu.
Ela entendera tudo. Não pertencia mais a este mundo. Uma leve brisa continuava empurrando-a para o alto. O último olhar fora para seu jardim de hortênsias, agora com a grama crescida.
Não se lembrava de nada, apenas daquela manhã chuvosa. Era como se um véu negro cobrisse suas lembranças e tudo recomeçasse do nada. Não sabia precisar quanto tempo esteve fora, perdera a noção de tudo.
A porta estava aberta. Entrou, chamou pelo marido (que saudade!) e ninguém respondeu. Engraçado, àquela hora da manhã ele ainda não havia saído para o trabalho. Por que não estaria em casa?
Respirou fundo, sentou-se na cadeira de balanço na varanda e ficou observando seu jardim até adormecer. Sonhou com o tempo em que vivia ali naquela casa de paredes brancas e telhado azul suave, tudo simetricamente organizado, em seu interior, e o jardim de hortênsias florido, simbolizando todo o amor que ali existia. Por que estaria tudo tão diferente agora?
Despertou com ruídos no interior da casa e voltou-se, assustada. Não percebera a presença do filho, já vestido para a escola e o marido, logo atrás, carregando a mochila escolar.
- Vamos, filho, estamos atrasados.
Aquela voz, tão amada, a emocionou. Uma lágrima percorreu-lhe a face. Levantou-se e foi de encontro a eles. Estranhou o fato de que ninguém percebera sua presença. Chamou por eles e não obteve resposta.
Uma luz se fez ao seu redor e, como pluma, planou no ar. Sentiu-se conduzida, nas asas de um anjo, para outro mundo, outra dimensão. E, enquanto voava, ouviu a voz do filho amado.
- Papai, a mamãe não vai mais voltar? Nunca mais?
- Não, filho. Ela agora é uma estrela no infinito. Foi morar com Papai do céu.
Ela entendera tudo. Não pertencia mais a este mundo. Uma leve brisa continuava empurrando-a para o alto. O último olhar fora para seu jardim de hortênsias, agora com a grama crescida.
(Milla Pereira)
Este texto faz parte do EC
A Grama Cresceu
Para conhecer os demais textos, acesse:
(http://encantodasletras.50webs.com/agramacresceu.htm)
Este texto faz parte do EC
A Grama Cresceu
Para conhecer os demais textos, acesse:
(http://encantodasletras.50webs.com/agramacresceu.htm)