As tentações de Jhony – Último Capitulo
Os dias de solidão na velha casa confrontava a alma de Jhony, era como se tudo fosse uma conseqüência do que tinha acontecido naquele maldito acampamento, por hora ainda lembrava de tudo que se passou, e por horas ainda ficava imaginando o cheiro macio de Maria, ele amava de verdade Maria e aquele recuo da vida lhe fazia ter cada dia mais certeza disso.
A falta que pai lhe fazia, o olhar frio da irmã quando ia lhe visitar como se o acusando da morte do pai, e a certeza que nunca conseguiria nada mais na vida, nem o amor da mulher que amava, nem o carinho e a compreensão da vida e nem a verdade sobre os fatos lhe fez perder totalmente as esperanças, e então ele decidiu-se pelo mais drástico.
Levantou naquela manhã e decidiu que não abriria a casa e que também não sairia em busca de trabalho, andou por quase duas horas de um lado pro outro, pensando se teria coragem para fazer aquilo, se teria razões para fazer aquilo, mas logo seu pensamento coerente deu espaço para um ódio repentino e cruel que lhe remeteu ao mais podre dos pensamentos, andou lentamente até o quarto, pegou a espingarda de caça do pai, a mesma que ele usou no dia em que morreu, andou lentamente até a varanda onde o pai guardava as ferramentas e outros pertences,e começou a revirar uma caixa, não demorou muito e encontrou três cartuchos intactos, andou novamente para a sala da casa e ficou olhando para a foto do pai sobre uma mesinha, encarou o pai e começou a falar sozinho, como se estivesse conversando coma foto:
“-Pai eu sei que o senhor pode me ouvir, o que vou fazer agora é pelo senhor, o que irei fazer agora vai mudar minha vida, mas é preciso ser feito, eu sei que não fui o melhor filho, eu sei que cometi erros, mas durante minha vida toda tudo o que quis foi fazer o que achava que era certo, e é esse sentimento do que é certo ou não que vou ter que fazer o que tenho que fazer, eu sei que é errado, sei que é condenado entre Deus e entre os homens, mas a honra é algo que está acima de nossa compreensão, quero pedir meu velho pai que o senhor da onde que esteja proteja a mana, pai, e que ela um dia possa me perdoar pelo que vou fazer.”
Terminou de falar e ficou olhando para a espingarda a sua frente, pegou-a, municiou, e ficou fazendo pontaria para a parede, fez isso por alguns instantes até que sentou novamente no sofá.
Olhou para o relógio de cuco na parede da sala, o tic tac do aparelho era o único barulho a cortar a imensidão do silencio, os ponteiros estavam andando lentamente na exatidão do tempo, eram pouco mais de dez horas, ele tirou a espingarda de cima das pernas encostou seu coldre no chão e ficou olhando para dentro do cano da arma, estava tão perto que o cheiro de pólvora entrava lhe nas narinas, e ele gostou daquele cheiro, era um cheiro que fazia a sua cabeça doer mas que lhe dava um afago de moleza de força, um sentimento que ele não sábia explicar.
Colocou o pé descalço, com o dedão no gatilho da arma e seguiu olhando para dentro do cano, e como que num segundo, numa fração minúscula de tempo pressionou o gatilho com o dedão, e o estalido da arma cortou o ar e o barulho do tic tac ficou abafado.
Por alguns instantes o silencio foi completo, mas em pouco tempo o tic tac do relógio voltou a ser soberano na sala, mas a sua soberania durou pouco, sem segundos a porta da casa estava sendo arrombada e uma vizinha gritava desesperada diante da cena em sua frente. Uma espingarda no chão da sala, um corpo banhado em sangue sobre o sofá, e uma monotonia imprescindível de morte pairando sobre o local.
A ambulância seguiu rápida, logo já estava no hospital, do hospital para uma cidade maior, e por fim de volta vazia para sua origem, nada podia ser feito, nada foi feito, depois daquele dia Jhony seria apenas uma lembrança na mente de meia dúzia de pessoas, uma lembrança que logo se apagaria, para nunca mais voltar.
Meses depois diziam que ele tinha morrido e como ninguém reclamou o corpo, já que não foi conseguido contato com a tia ou a irmão foi enterrado como indigente. Outros diziam que ele havia sobrevivido mas tinha ficado louco por causo do ferimento, e por isso estava internado em hospício, mas a verdade, era um mistério, que ninguém tinha vontade de descobrir.
A falta que pai lhe fazia, o olhar frio da irmã quando ia lhe visitar como se o acusando da morte do pai, e a certeza que nunca conseguiria nada mais na vida, nem o amor da mulher que amava, nem o carinho e a compreensão da vida e nem a verdade sobre os fatos lhe fez perder totalmente as esperanças, e então ele decidiu-se pelo mais drástico.
Levantou naquela manhã e decidiu que não abriria a casa e que também não sairia em busca de trabalho, andou por quase duas horas de um lado pro outro, pensando se teria coragem para fazer aquilo, se teria razões para fazer aquilo, mas logo seu pensamento coerente deu espaço para um ódio repentino e cruel que lhe remeteu ao mais podre dos pensamentos, andou lentamente até o quarto, pegou a espingarda de caça do pai, a mesma que ele usou no dia em que morreu, andou lentamente até a varanda onde o pai guardava as ferramentas e outros pertences,e começou a revirar uma caixa, não demorou muito e encontrou três cartuchos intactos, andou novamente para a sala da casa e ficou olhando para a foto do pai sobre uma mesinha, encarou o pai e começou a falar sozinho, como se estivesse conversando coma foto:
“-Pai eu sei que o senhor pode me ouvir, o que vou fazer agora é pelo senhor, o que irei fazer agora vai mudar minha vida, mas é preciso ser feito, eu sei que não fui o melhor filho, eu sei que cometi erros, mas durante minha vida toda tudo o que quis foi fazer o que achava que era certo, e é esse sentimento do que é certo ou não que vou ter que fazer o que tenho que fazer, eu sei que é errado, sei que é condenado entre Deus e entre os homens, mas a honra é algo que está acima de nossa compreensão, quero pedir meu velho pai que o senhor da onde que esteja proteja a mana, pai, e que ela um dia possa me perdoar pelo que vou fazer.”
Terminou de falar e ficou olhando para a espingarda a sua frente, pegou-a, municiou, e ficou fazendo pontaria para a parede, fez isso por alguns instantes até que sentou novamente no sofá.
Olhou para o relógio de cuco na parede da sala, o tic tac do aparelho era o único barulho a cortar a imensidão do silencio, os ponteiros estavam andando lentamente na exatidão do tempo, eram pouco mais de dez horas, ele tirou a espingarda de cima das pernas encostou seu coldre no chão e ficou olhando para dentro do cano da arma, estava tão perto que o cheiro de pólvora entrava lhe nas narinas, e ele gostou daquele cheiro, era um cheiro que fazia a sua cabeça doer mas que lhe dava um afago de moleza de força, um sentimento que ele não sábia explicar.
Colocou o pé descalço, com o dedão no gatilho da arma e seguiu olhando para dentro do cano, e como que num segundo, numa fração minúscula de tempo pressionou o gatilho com o dedão, e o estalido da arma cortou o ar e o barulho do tic tac ficou abafado.
Por alguns instantes o silencio foi completo, mas em pouco tempo o tic tac do relógio voltou a ser soberano na sala, mas a sua soberania durou pouco, sem segundos a porta da casa estava sendo arrombada e uma vizinha gritava desesperada diante da cena em sua frente. Uma espingarda no chão da sala, um corpo banhado em sangue sobre o sofá, e uma monotonia imprescindível de morte pairando sobre o local.
A ambulância seguiu rápida, logo já estava no hospital, do hospital para uma cidade maior, e por fim de volta vazia para sua origem, nada podia ser feito, nada foi feito, depois daquele dia Jhony seria apenas uma lembrança na mente de meia dúzia de pessoas, uma lembrança que logo se apagaria, para nunca mais voltar.
Meses depois diziam que ele tinha morrido e como ninguém reclamou o corpo, já que não foi conseguido contato com a tia ou a irmão foi enterrado como indigente. Outros diziam que ele havia sobrevivido mas tinha ficado louco por causo do ferimento, e por isso estava internado em hospício, mas a verdade, era um mistério, que ninguém tinha vontade de descobrir.