As tentações de Jhony – Capitulo 9
Jhony desceu do ônibus ainda com seus pensamentos revoltos aos últimos acontecimentos, podia ele ter sonhado, ou pelo menos fantasiado um pouco o que tinha acontecido, é certo que ele havia bebido um pouco naquele dia, mas lembra-se perfeitamente de tudo, afinal foi tudo tão claro, tudo tão real.
Ao chegar em casa Jhony procurou pelo pai, um pouco para dar um abraço no seu velho antes dele sair para trabalhar, seu pai cumpria religiosamente todos os dias o mesmo roteiro, levantava as 6 horas tomava um mate e depois comia qualquer coisa e saia para o trabalho, desde que dona Maria tinha morrido deixando o pobre com os dois filhos João e Marcela, o velho só pensava em trabalhar para sustentar os dois e proporcionar a eles uma vida melhor.
- Pai que bom que peguei o senhor em casa, tava louco de vontade de te dar um abraço.
- Eu iria seguir aqui até você voltar meu filho, eu perdi o emprego.
- Como assim pai que história é essa.
- A culpa é sua João, o Mario disse que você andou difamando a Maria, como você me apronta uma dessa meu filho?
- Pai eu não tive culpa, me desculpe pai, eu vou tentar falar com a Maria para resolver isso. Só deixa eu tomar um banho.
O destino era mesmo uma gaita de muitos sons, Jhony era apaixonado por Maria que por sua vez era filha de Mario, que era patrão de seu Jorge, Mario era casado com Astácia que por sua vez era irmã de Armando que era pai de Mauricio. No final das contas apenas uma pessoa tinha a perder com esta história toda, Jhony, que perdeu talvez para sempre a mulher que amava e via no olhar de seu velho pai o desgosto com o ato do filho.
O que mais tocava o coração de Jhony enquanto a água do chuveiro molhava seu corpo era a raiva de saber que ele não tinha inventado nada, que ele tinha mesmo estado com as duas naquela noite, que ele tinha transado com as duas gurias mais desejadas da turma numa mesma noite, e sua família estava pagando um alto preço por isso, se ele não tivesse contado para Catarina nada disso tinha acontecido, como um simples gesto de honestidade pode transformar a vida de uma pessoa.
O encontro com Maria não demorou muito a acontecer, ele sabia exatamente onde encontra-la, depois de um logo tempo no interior era claro que ela estaria no shopping, ele precisou andar alguns minutos por entre as lojas para se deparar com a morena numa sessão de biquínis.
- Oi Maria, posso falar com você?
- O que você quer, já não chega o que você me aprontou Jhony?
- Eu queria te pedir desculpa, por sair falando por ai que tinha ficado com você, desculpa.
- Você podia ficar de boca calada né, mas não, você precisava sair falando?
Bom pelo menos uma coisa ele tinha certeza, ele não tinha sonhado, como Pedrinho tinha comentado, ele tinha mesmo estado com Maria na noite anterior, e aquilo encheu Jhony de confiança, afinal um homem que esteve à dois dias dentro de uma mulher deve exercer alguma influencia sobre ela.
- Queria saber se tem como você falar com teu pai sobre o trabalho...
- Meu pai não vai recontratar ele, o pai do Mauricio que mandou meu pai largar ele.
- Mas o que o Mauricio tem a ver com isso.
- O pai dele é meu tio, você não sabia?
- Não, achei que ele fosse de lá.
- Ele é de lá, mas em breve ele vem morar para cá.
- Não tem nada que você possa fazer?
- Não você sabe que não.
- E quanto a gente?
- O que tem a gente?
- Você disse que gostava de mim!
- Até gostava, mas você não é homem para mim, você acha que eu iria namorar ou querer alguma coisa com alguém como você, eu nem sua amiga quero ser.
- Mas...
O mas dele ficou no meio do caminho, Jhony não iria implorar diante de uma riquinha metida a besta, ele daria um jeito, ele e o pai sairiam desse perrengue, eles sempre se viraram.
Jhony não voltou para casa naquele dia, foi para casa do Pedrinho os dois se davam muito bem, eram os únicos bolsistas na escola, eram também os dois CDFs, as melhores notas da turma, era grandes amigos. Ficou lá o dia todo, e a noite saiu para ir para casa, andou lentamente pela estrada pensando em tudo,e talvez esperando que uma idéia lhe viesse cabeça, uma idéia perfeita, capaz de tirar ele o pai e a irmã dessa desgraça.
Andava cabisbaixo quando uma camionete preta parou de seu lado, e antes que ele pudesse falar qualquer coisa, ates que pudesse argumentar qualquer coisa ele já estava no chão, ele não pode nem identificar os caras, apenas sentiu que um bateu lhe na cabeça e ele caiu, quando caiu alguns chutes lhe atingiram o corpo, Jhony não era uma pessoa fraca apesar da magreza, ele do chão jogou-se para o lado, e muito rápido derrubou o primeiro, o segundo quis ir para cima dele, mas ele já tinha conseguido levantar e sair em disparada, ele corria com um louco, ouvia o barulho dos passos correndo atrás dele, sua casa já aparecia logo a frente, ele seguia correndo, e neste momento ele ouviu que a camionete alcançou seu perseguidor, ele parou ele ouvir ela frear, mas já arrancou de novo, seguiu correndo estava a vinte metros de casa, o pai surgiu na frente, era seu velho pai empunhando uma espingarda de caça, ele seguia correndo, seu pai fazia pontaria em direção de onde ele vinha, ele já estava a dez metros do pai quando um disparo cortou o barulho de pés batendo no chão, ele ainda olhou para trás, viu que a camionete freava bruscamente, voltou-se para o pai, o velho estava estendido na calçada, ele voltou a olhar para a camionete que neste momento já fazia a volta, ele correu até a espingarda, a 36 de caça, e ainda atirou em direção da camionete, ele parou e ficou ali olhando firmemente para o pai no chão, ele não consegui chorar, ele estava imóvel, Marcela surgiu chorando e gritando enquanto ele apenas olhava a cena mais triste e melancólica de toda a sua vida, sua irmã chorando sobre o corpo desfalecido no chão, foi quando ele sentiu algo correr lhe o rosto, pensou ser suor, mas não era, era sangue, Jhony olhou para a irmã e sentiu suas forças sumirem e caiu desfalecido no chão.
Jhony desceu do ônibus ainda com seus pensamentos revoltos aos últimos acontecimentos, podia ele ter sonhado, ou pelo menos fantasiado um pouco o que tinha acontecido, é certo que ele havia bebido um pouco naquele dia, mas lembra-se perfeitamente de tudo, afinal foi tudo tão claro, tudo tão real.
Ao chegar em casa Jhony procurou pelo pai, um pouco para dar um abraço no seu velho antes dele sair para trabalhar, seu pai cumpria religiosamente todos os dias o mesmo roteiro, levantava as 6 horas tomava um mate e depois comia qualquer coisa e saia para o trabalho, desde que dona Maria tinha morrido deixando o pobre com os dois filhos João e Marcela, o velho só pensava em trabalhar para sustentar os dois e proporcionar a eles uma vida melhor.
- Pai que bom que peguei o senhor em casa, tava louco de vontade de te dar um abraço.
- Eu iria seguir aqui até você voltar meu filho, eu perdi o emprego.
- Como assim pai que história é essa.
- A culpa é sua João, o Mario disse que você andou difamando a Maria, como você me apronta uma dessa meu filho?
- Pai eu não tive culpa, me desculpe pai, eu vou tentar falar com a Maria para resolver isso. Só deixa eu tomar um banho.
O destino era mesmo uma gaita de muitos sons, Jhony era apaixonado por Maria que por sua vez era filha de Mario, que era patrão de seu Jorge, Mario era casado com Astácia que por sua vez era irmã de Armando que era pai de Mauricio. No final das contas apenas uma pessoa tinha a perder com esta história toda, Jhony, que perdeu talvez para sempre a mulher que amava e via no olhar de seu velho pai o desgosto com o ato do filho.
O que mais tocava o coração de Jhony enquanto a água do chuveiro molhava seu corpo era a raiva de saber que ele não tinha inventado nada, que ele tinha mesmo estado com as duas naquela noite, que ele tinha transado com as duas gurias mais desejadas da turma numa mesma noite, e sua família estava pagando um alto preço por isso, se ele não tivesse contado para Catarina nada disso tinha acontecido, como um simples gesto de honestidade pode transformar a vida de uma pessoa.
O encontro com Maria não demorou muito a acontecer, ele sabia exatamente onde encontra-la, depois de um logo tempo no interior era claro que ela estaria no shopping, ele precisou andar alguns minutos por entre as lojas para se deparar com a morena numa sessão de biquínis.
- Oi Maria, posso falar com você?
- O que você quer, já não chega o que você me aprontou Jhony?
- Eu queria te pedir desculpa, por sair falando por ai que tinha ficado com você, desculpa.
- Você podia ficar de boca calada né, mas não, você precisava sair falando?
Bom pelo menos uma coisa ele tinha certeza, ele não tinha sonhado, como Pedrinho tinha comentado, ele tinha mesmo estado com Maria na noite anterior, e aquilo encheu Jhony de confiança, afinal um homem que esteve à dois dias dentro de uma mulher deve exercer alguma influencia sobre ela.
- Queria saber se tem como você falar com teu pai sobre o trabalho...
- Meu pai não vai recontratar ele, o pai do Mauricio que mandou meu pai largar ele.
- Mas o que o Mauricio tem a ver com isso.
- O pai dele é meu tio, você não sabia?
- Não, achei que ele fosse de lá.
- Ele é de lá, mas em breve ele vem morar para cá.
- Não tem nada que você possa fazer?
- Não você sabe que não.
- E quanto a gente?
- O que tem a gente?
- Você disse que gostava de mim!
- Até gostava, mas você não é homem para mim, você acha que eu iria namorar ou querer alguma coisa com alguém como você, eu nem sua amiga quero ser.
- Mas...
O mas dele ficou no meio do caminho, Jhony não iria implorar diante de uma riquinha metida a besta, ele daria um jeito, ele e o pai sairiam desse perrengue, eles sempre se viraram.
Jhony não voltou para casa naquele dia, foi para casa do Pedrinho os dois se davam muito bem, eram os únicos bolsistas na escola, eram também os dois CDFs, as melhores notas da turma, era grandes amigos. Ficou lá o dia todo, e a noite saiu para ir para casa, andou lentamente pela estrada pensando em tudo,e talvez esperando que uma idéia lhe viesse cabeça, uma idéia perfeita, capaz de tirar ele o pai e a irmã dessa desgraça.
Andava cabisbaixo quando uma camionete preta parou de seu lado, e antes que ele pudesse falar qualquer coisa, ates que pudesse argumentar qualquer coisa ele já estava no chão, ele não pode nem identificar os caras, apenas sentiu que um bateu lhe na cabeça e ele caiu, quando caiu alguns chutes lhe atingiram o corpo, Jhony não era uma pessoa fraca apesar da magreza, ele do chão jogou-se para o lado, e muito rápido derrubou o primeiro, o segundo quis ir para cima dele, mas ele já tinha conseguido levantar e sair em disparada, ele corria com um louco, ouvia o barulho dos passos correndo atrás dele, sua casa já aparecia logo a frente, ele seguia correndo, e neste momento ele ouviu que a camionete alcançou seu perseguidor, ele parou ele ouvir ela frear, mas já arrancou de novo, seguiu correndo estava a vinte metros de casa, o pai surgiu na frente, era seu velho pai empunhando uma espingarda de caça, ele seguia correndo, seu pai fazia pontaria em direção de onde ele vinha, ele já estava a dez metros do pai quando um disparo cortou o barulho de pés batendo no chão, ele ainda olhou para trás, viu que a camionete freava bruscamente, voltou-se para o pai, o velho estava estendido na calçada, ele voltou a olhar para a camionete que neste momento já fazia a volta, ele correu até a espingarda, a 36 de caça, e ainda atirou em direção da camionete, ele parou e ficou ali olhando firmemente para o pai no chão, ele não consegui chorar, ele estava imóvel, Marcela surgiu chorando e gritando enquanto ele apenas olhava a cena mais triste e melancólica de toda a sua vida, sua irmã chorando sobre o corpo desfalecido no chão, foi quando ele sentiu algo correr lhe o rosto, pensou ser suor, mas não era, era sangue, Jhony olhou para a irmã e sentiu suas forças sumirem e caiu desfalecido no chão.