Diário de Um Serial Killer 6
Capítulo 5
Assim que meu convidado despertou, deu-se conta de que estava imobilizado na minha mesa de autópsia.
As correias de couro que adaptara na mesa prendiam seus pés, mãos e cabeça, de modo que era impossível a ele esboçar qualquer reação.
Ele demorou um pouco para compreender toda a extensão do problema em que havia se metido e quando isso aconteceu o horror estampou-se nos seus olhos e gritos de misericórdia preencheram o porão isolado acusticamente.
Implorou pela vida como uma criancinha assustada, evocou todos os santos conhecidos e outros dos quais nunca ouvira falar.
Não parava de falar e isso sinceramente me irritava profundamente, de maneira tal que não me restou opção a não ser começar meu trabalho lhe cortando a língua e cauterizando-a para evitar que sufocasse no seu próprio sangue.
Seus olhos ficaram vidrados de dor e eu finalmente fiquei livre de suas súplicas verbalizadas. Nada mais irritante do que um tagarela.
Claro que no meu “negócio” não existe muito espaço para emoções comuns, mas, sinceramente, o cara era demais irritante.
Levei algum tempo para recompor-me de modo que pudesse apreciar cada momento de prazer que o exercício de minha função pudesse me proporcionar até o ápice da minha degustação olfativa do olor inebriante da morte.
Esperei calmamente que ele recobrasse a consciência o que me causou um considerável atraso em meus planos, mas esses imprevistos fazem faz parte do negócio e de certa forma, ao mesmo tempo em que nos servem de aprendizado, nos fornecem um estímulo a mais para o aperfeiçoamento de nossas técnicas.
A ira, quando devidamente controlada e digerida, nos ilumina a mente.