A mulher ideal.
Ele sonhava sempre com ela. Não via a hora de poder sair para encontrá-la. Mas não saía logo, preferia esperar. Muitas vezes esperava por dias, até meses. A espera aumentava o seu desejo. Ele assim agia porque isto o deixava mais empolgado. Arquitetava como seria o seu empenho. Numa certa hora de uma noite escolhida ele se vestiu para ir ao seu encontro. Colocou chapéu e um agasalho pesado e negro, mais que a noite fria e sombria. Passo a passo, percorreu quarteirões até encontrar a sua sonhada rua escura, aquela coberta por escuridão total e salpicada por névoa que ajudava a embaçá-la. Chegou a hora de extrapolar sua insanidade. Restava agora a sua vítima se aproximar, a mulher ideal. Ele estava preparado para estrangulá-la. Ao perceber a chama do cigarro que o homem acabara de acender, uma dama da noite se chegou a ele. Ela lhe disse umas palavras sedutoras. Ele imediatamente se empolgou. Sorriu e a atacou cruelmente. Conseguiu realizar o seu intento. Saciado ele caminhou com passos rápidos se escondendo na escuridão. Por vezes agiu assim e nunca foi descoberto. E a rua escura foi sua cúmplice, calada até hoje.
Nem preciso dizer que escrevi este conto pensando em Jack, o Estripador.
Nem preciso dizer que escrevi este conto pensando em Jack, o Estripador.