A CASA 453 - Parte VII
Os crimes planejados e executados pela família Nascid. Continuava sendo um horror. O de Maria Caridade, uma pessoa do bem, não foge a linha do anonimato e terror. Ela era uma pessoa que se preocupava com os menos afortunados, os menos de verdade. Com os sem-teto, que morava no viaduto, porque não tinha casa. Alimentava-os com sua sopa, nas noites de inverno.
Assim mesmo, ela o matou. O destino assim o quis. Foi cruel para ela e mais forte para o ser repugnante que era o seu predileto mendigo.
A morte por ventura nos maltrata e os nossos medos e nossas preocupações vêm à tona.
Foi no carnaval que o conheci e trocamos o violino pelo barulho do samba e de repente os nossos corpos causaram um atrito forte e musicais e ficávamos tão bêbados até cairmos numa gandaia esplêndida.
Com ele, eu esqueci aos pouquinhos do tempo e quando ele me beijava, me fazia senti, uma sereia. Foi a primeira vez que eu senti isso. Em toda a minha vida. Fazíamos de tudo. Era sem sentido, mais com um significado medonho. Foi uma “Vida longa e louca de amantes!”
Nunca poderia deixar isso vim à tona. Tinha certeza de que na cacimba ninguém iria descobrir. O romance da Senhora perfeição.
O que é inevitável é também incontrolável. O sol começa a aparecer lá fora, e as pessoas estão a se aquecer.
Na casa 453, os moradores, continuam armando subterfúgios para o que está para acontecer. Agora com a certeza de medos e anseios contra tudo e todos.
TARTAY-ABRIL-2012