Morte e loucura-continuação
O delegado estava achando aquela conversa muito interessante e ficou boquiaberto ao ouvir as próximas palavras de Heloísa.
-Tia Judite não tem culpa de nada. Eu apenas me vinguei! Primeiro matei o imbecil do Wilson. Não foi difícil fazer com que me acompanhasse até a serralheria, o idiota não podia ver um rabo de saia. Ele nem se lembrava de mim. Tinha esquecido a menina de quem puxava o cabelo e zombava. Quanto as duas fedelhas, matei por acaso. Eu estava escondida em uma velha cabana e estava no rio pegando água quando elas apareceram. Se tivessem ignorado a minha presença ainda estariam vivas, mas as duas ao me verem começaram a rir e a gritar obscenidades. Eu odeio crianças! Matei e não me arrependo. Depois foi a vez do policial. Fui até a nossa casa para ver se descolava algum dinheiro, pois precisava dar um tempo fora da cidade. Ao abrir a porta deparei com um policial assustado, que quis saber quem eu era e ainda por cima ousou me dar voz de prisão. Sempre fui boa de briga, desarmei o otário e cortei sua garganta. Richard estava trêmulo de medo.
-O que você veio fazer aqui? O que vai fazer comigo?
-Você sabe de mais maninho, não posso te deixar vivo! Heloísa se aproximou do rapaz.
-Vem, é só um pulinho. Não vai doer nada!
-Não! _gritou Richard_ Eu sou seu irmão.
-Por isso mesmo é que deve morrer. Vou te livrar desse mundo cruel! Vem cá dê a mão para a Luisinha. Eu vou cuidar de você! Para ganhar tempo, o moço perguntou:
-E quem matou aquela menina quando éramos criança, foi você?
-Essa não fui eu, mas sabe de uma coisa? Eu me inspirei naquele crime. Esquartejar causa na gente uma sensação de poder. É prazeroso desfazer um trabalho tão bem elaborado pela natureza. Mas chega de papo e venha conhecer o outro lado. Heloísa tentava arrastar o irmão até a janela (previamente aberta), quando o delegado entrou na sala apontando a arma.
-Solte o rapaz e levante as mãos. Você está presa! Com ódio nos olhos, Heloísa soltou Richard e avançou em cima do policial, mas já esperando pelo ataque ele não vacilou e atirou. O impacto fez com que ela retrocedesse indo de encontro à janela. Logo uma multidão se juntou olhando penalizada a moça que tivera morte tão cruel. Nem de longe suspeitavam que ela já causasse tanta infelicidade, matando pessoas inocentes que por acaso cruzaram seu caminho. Richard foi hospitalizado e da janela do hospital chorava em silêncio. (continua) 30/03/12