Morte e loucura-continuação
A sujeira dominava o ambiente. Por todo lado havia roupas jogadas e um forte cheiro de coisas podres empesteava o ar. A janela era gradeada e no quarto não havia mobília alguma, Em um canto, Anselmo viu um balde contendo água e um caneco de alumínio, e do lado um prato com resto de algo parecendo sopa. A velha olhava o rapaz intensamente e esse por sua vez perguntou.
-Quem é a senhora? E parente do jovem Richard?
A mulher nada respondeu, só o observava. De repente ela começou a gargalhar de forma histérica e o rapaz ficou hirto de medo percebendo enfim que estava frente á uma louca. A idosa se levantou da esteira e começou a rodeá-lo e a puxá-lo pela camisa, enquanto dava gritinhos e saltava tal qual uma criança. Passaram-se alguns segundos e então ela pediu com uma vozinha fina: - Me dá a minha boneca? Eu quero a minha boneca, você me dá?
_ Onde está a sua boneca? –Lutando contra o pavor o moço perguntou-
Com os olhos vidrados e recomeçando a chorara mulher respondeu:
_A Judite pegou. Ela é má, escondeu a minha boneca. Sem ação o rapaz á viu passar por ele e teve medo que ela ao descer a escada, matasse de susto o medroso Viriato. Seu receio foi em vão, pois ao sair ela foi direto ao outro quarto onde havia a caixa de brinquedos e gargalhava satisfeita acariciando um a um. Naquele momento, a anciã dera lugar á uma menina. Anselmo então percebeu que, era hora de se retirar e deixa-la entregue as suas fantasias. Com a cabeça fervilhando pela recente descoberta, ele decidiu descer e contar ao amigo à cena que acabara de presenciar. Iluminando a sala, chamou pelo amigo, mas não obteve resposta. Seu primeiro pensamento foi de que o policial tinha ido para fora da casa fumar, mas ao focalizar o sofá não conteve um grito. Viriato estava caído de forma grotesca e ao tocar no companheiro retirou as mãos sujas de sangue. O rapaz tivera a garganta cortada. (continua) 27/03/12