PAVOR (final)
PAVOR (final)
O grito parou na garganta. Queria correr, mas estava paralisado pelo pavor que tomou conta de si. Não era a Maria Augusta que conhecera na faculdade, tão linda e desejada. À sua frente estava um ser que parecia ter envelhecido uns duzentos anos.
- Não me reconhece mais? – perguntou Maria Augusta. Você que dizia ser apaixonado por mim!
O medo o deixava cada vez mais paralisado. Queria sair dali, mas não tinha forças.
De repente ela lhe mostrou outra cadeira de rodas em um canto da biblioteca.
- Você vai fazer companhia a mim na eternidade! Estava te esperando.
De repente, arrumando forças não sabe de onde, saiu correndo a procura de uma saída. Mas a voz que vinha da biblioteca lhe falou:
- Não adianta fugir. Você não tem como escapar! – e soltou uma gargalhada pavorosa.
Correndo consegui ver uma luz. Era uma janela, a única que estava aberta e que começava a se fechar. Com um esforço sobre-humano jogou o corpo em sua direção. Parecia ser um portal que se fechava.
De repente acordou desesperado e cheio de suor. Era um pesadelo. Levantou-se e correu para o banheiro. Procurou se acalmar.
Lavou o rosto e olhou-se no espelho. Foi então que começou a notar: seu rosto parecia ter envelhecido alguns anos e cabelos brancos, que não tinha, começaram a aparecer. Estava envelhecendo rapidamente.