Luzes Noturnas

John lembra apenas de se levantar aquele dia era manhã, sentia uma leve dor atrás da cabeça, mas não entendia, talvez fruto da ressaca devia ter bebido muito noite passada.

- Bom talvez um banho ajude, pensa ele e começa a seguir para seu banheiro.

Liga o chuveiro percebe que a água não esta esquentando, logo pensa que talvez seja melhor assim parece estar com uma ressaca forte mesmo, talvez com a água gelada seja mais eficiente.

Em seu banho enquanto a água gelada caia em sua cabeça ele começa a pensar e lembrar, sim lembrar isso era uma coisa estranha, pois não lembrava de ter chegado em casa, será que bebeu tanto assim, não lembrava-se de beber mas tudo indicava que sim havia bebido, lembrava-se apenas que estava muito frustrado e talvez tenha bebido para se sentir melhor, sentir melhor como isso parecia engraçado pois não estava nada melhor agora, só conseguira uma grande ressaca, o que era estranho para ele nunca fora um homem de ressaca, mas não se martirizaria por isso alias sempre tem uma primeira vez não ?

Saindo do banho percebe que sua barba esta começando a ficar grande logo se prepara para fazê-la, logo depois estava descendo para sua sala morava em um apê no centro da cidade nada muito sofisticado mas suficiente para ele, chegando na sala ele nota que há recados na sua secretaria eletrônica, pensa com sigo mesmo:

- Caralho! Essa merda nunca tem nada e agora tudo isso? Bom deve ser a Flavia deve estar preocupada, pois alias não lembro de ter ligado pra ela ontem, na verdade não lembro de nada. Fica se perguntando por alguns segundos como é possível estar tão sem noção do que aconteceu noite passada, não, noite passada não, não lembra de quase nada de ontem.

Estava indo ver as mensagens da sua secretaria eletrônica quando ouve sua barriga roncar, logo toma noção de que esta com muita fome, e decide que as mensagens podem esperar primeiro iria ate a cozinha comer algo, lá abrindo sua geladeira encontra um suco com o qual acompanha com algumas bolachas devem ser o suficiente por enquanto, depois de comer algo volta para a sala mas não consegue lembrar o que iria fazer depois de ter comido algo, pensa um pouco, nada, olha para o relógio percebe que esta atrasado para o trabalho pega suas coisas e sai correndo pega seu carro um Honda vermelho e toma o rumo ao seu trabalho.

Durante o trajeto se pergunta o que queria fazer em sua casa,não compreende todo esse branco do dia anterior e que parecia estar se agravando , avista o prédio onde trabalha e desce do carro em direção a porta, ao cruzar a porta do prédio um lampejo surge em sua cabeça, não podia estar indo para o trabalho alias havia sido demitido ontem depois de uma serie ruim de vendas, trabalhava em um ramo imobiliário e não vinha tendo sucesso, talvez devido a frustrações que andava sofrendo em seu relacionamento, mas sim não podia estar ali, e por quê? Não lembrava de ser demitido? Isso não fazia sentido, mas alias o que estava fazendo algum sentido aquele dia?

Volta para seu carro senta atrás do volante fica parado por alguns instantes, ouve um barulho sim era uma buzina percebe ter parado na saída do estacionamento um outro motorista berrava e o xingava atrás para que sai-se, como havia chegado até ali? Tinha que tomar cuidado com esses apagões poderiam se tornar perigosos, alem de não saber sua causa. Da partida e sai percebe que continua com fome e se toma direção a uma lanchonete precisava comer algo talvez lembrar-se de mais algo.

Chegando à lanchonete ele chama o garçom para pedir um Bauru, mas ele parece ignorá-lo ,senta em uma mesa e começa a pensar um pouco,claro deveria ir ate a casa de Flavia ela devia saber de algo, mesmo ele não lembrando se havia a visto ontem, espere, claro que havia visto ela ,começara a lembrar-se haviam discutido ontem, vinham enfrentando uma fase difícil nessas ultimas semanas e ontem tudo chegara a um ponto critico e ambos terminaram, lembrava-se de ter pegado seu carro e saído de lá com uma mistura de magoa, frustração e raiva. Bom que dia de merda foi ontem, não me admiro que não esteja me lembrando, talvez eu nem quisé-se lembrar-se. O garçom continua a ignorá-lo alias não lembra de ter falado com alguém hoje, mas logo se desvia desse pensamento, estava distraído demais se esforçando para recordar algo mais, é quando consegue se lembrar, havia recebido uma ligação de Flavio minutos depois de sair com seu carro a toda fúria, lembrava-se agora.

-Hey John tem uma festa foda hoje que acha da gente dar um pulo por lá? A Jaque também vai mas não to conseguindo contato com o resto da cambada, leva a Flavia também. Dizia Flavio a ele no celular

-Claro Flavio você ligou na hora certa estou precisando mesmo, bom a Flavia ta ocupada hoje então vou só eu.

-Beleza cara nos encontramos lá. Sim! Era isso, esse era o ponto que faltava ou pelo menos parte dele, havia ido a uma festa com os dois, mas...sim, nao lembrava dela nada alem de chegar na festa e começar a beber, alias merecia uma boa bebida por aquele dia de merda. Lembrando-se disso manda o garçom a merda se levanta da mesa onde estava sentado, Pro inferno esse garçom, filho de uma puta mesmo, vou comer algo em casa, e segue para seu carro que estava estacionado a frente do estabelecimento.

Entrando no carro da partida ainda brabo por não ter sido atendido, nada de apagões dessa vez, em vez disso pensou ser ma boa idéia ir ate a casa de Jaque talvez ela consegui-se esclarecer o mistério de como chegara em casa.

Chegando a casa da amiga ele desce e se direciona até a porta, toca a campainha uma, duas, três, quatro vezes mas nada, bate com força na porta.

-Merda ela não deve estar em casa. espragueja consigo mesmo continuando a insistir na porta, mas nada, decide então ligar para ela, mas nada o celular também estava desligado.

-Merda mesmo ela nunca sai a esse horário e justo hoje quando preciso resolve sair, merda mesmo!

E segue em direção ao seu carro foda-se iria à casa de Flavio ele devia estar saindo para o trabalho daqui a pouco, mas se fosse rápido chegaria a tempo ,e sabia q velocidade não era problema, pois alias tinha o habito de dirigir muito rápido.

Então da partida em seu carro e inicia a corrida ate a casa de Flavio, iria conseguir esclarecer essa merda toda, há se iria, já estava começando a ficar estressado com tudo isso. Desce do carro no gramado da casa do amigo percebe que a garagem esta aberta, mas ignora esse fato e decide bater a porta, nada, bate novamente e ouve o carro dar partida antes que raciocina-se o carro saí da garagem e a porta automática começa a se fechar, ele corre ate a saída de carros a tempo de acenar e espraguejar para o carro que saía sem dar-lhe nenhuma bola.

-Seu filho da puta não me ignore. Espragueja quando o carro saí, ele vai ver quando em pedir algo, pensa consigo mesmo.

Frustrado com o fracasso ao tentar falar com os amigos entra em seu carro e acelera em direção a sua casa. Decidira ficar em casa o resto do dia.

Chegando em casa prepara um lanche rápido, alias ainda tinha muita fome, e liga sua TV enquanto sentava-se no sofá, a TV liga no noticiário, já seria tão tarde assim? Olha para fora e percebe que já escureceu, estava passando a noticia de mais um acidente por embriagues havia sido causado ontem à noite. O rapaz batera o carro e um dos canos de descarga havia atravessado sua cabeça.

-Bêbados irresponsáveis, são uns idiotas por isso vivem morrendo, fala para si mesmo.

Lembra-se do telefone e que não havia visto as mensagens. Sim! Era isso que queria fazer antes de sair de casa, como pode esquecer, pensa consigo mesmo. O telefone ficava ao lado do sofá logo apenas esticou o baço e botou as mensagens a serem executadas enquanto beliscava seu sanduíche e tomava um pouco de seu suco.

- Cara aqui é o Flavio você ta bem? Saiu ontem do nada da festa me liga quando ouvir isso.

Enquanto ouvia nota que o carro que sofrerá o acidente era muito parecido com o seu, sim o seu não estava todo amassado essa era a diferença, pensando nisso ri alto enquanto continuava ouvindo as mensagens.

- John aqui é a Jaque, cara não to conseguindo falar com você, estou preocupado você tava muito alto ontem me liga.

Sim se lembrava agora havia bebido muito ontem queria esquecer de tudo que acontecerá durante o dia, que dia de merda foi ontem pensa consigo.

-John desculpa por tudo hoje acho que nos precipitamos, sabe foi só uma noite ele não significou nada pra mim, vamos conversar me liga ta? Beijinhos Flavia. Sim! Lembra-se consigo mesmo, aquela vagabunda tinha sido sua principal frustração ontem, alem dos problemas que haviam tendo ela ainda tinha que chifrá-lo, lembrando-se disso inflama-se de ódio, sim iam conversa sim , conversar no inferno, pensa ele, mas...sua atenção é chamada para o noticiário que pouco tinha prestado atenção até agora a foto da vitima estava na tela...ele escuta um grito ao longe enquanto olha incrédulo...

- John! Fala sua amiga em meio a prantos, cara me liga estou vendo o noticiário o carro é igual ao seu e....

...sua foto estava no noticiário e ao lado seu nome Jhonathan Silveira Martins, 22 anos. O grito ao longe começa a se intensificar...

...seu nome esta na reportagem por deus diz que não estou vendo isso que estou louca. Dizia a ultima mensagem desesperada, mas ele já não mais a ouvia. O grito ao fundo se intensificava mais, alias quem diabos estava gritando há essa hora.

Tudo surge com um lampejo ele se vê entrando em seu carro terrivelmente embriagado não havia esquecido sua frustração, sim a bebida não havia ajudado em nada,mas pelo menos poderia correr em seu carro isso sempre o acalmava, acelera, lembra-se de estar chovendo muito, sim seu vidro estava embaçado difícil de enxergar, e para ajudar seu pára-brisa para de funcionar, como esta tudo sendo uma merda, lembra-se, enquanto inclinava sua cabeça para trás e ri loucamente de tudo, seu carro começa a ficar claro, devo estar realmente alto, pensa consigo mesmo, quando olha para frente rindo percebe dois grandes círculos de luz próximos demais e o som de uma buzina sua risada cessa e então...

...Sim! Era ele mesmo no noticiário seu rosto, seu carro, seu nome, e o pior sua lembrança, ele tenta gritar mas não consegue porque o grito que ouvia ao fundo já era o seu.

"Todos os fatos sempre se alinham para o ato final"