(O VENDAVAL!)

(O VENDAVAL)

RELÂMPAGOS RISCAM OS CÉUS, GRITAM O VENTO SOBRE OS ARVOREDOS, O SILENCIO TORNA-SE HORRIPILANTE.

LEVAS DE POEIRAS DESLIZAM RAPIDAMENTE DENTRE AS VEREDAS SOMBRIAS. SUBITAMENTE EXCLAMA UMA POSSANTE VOZ:

OH! TEMPO RASGAM OS VÉUS DOS INÍQUOS.

SENTENCIAM OS INCAUTOS!

CANTE VENTO! RELUZAIS .

OH! RELÂMPAGOS. SIM AMIGO, DEMONSTRAIS SUAS PUJANÇAS ENVIADOS DA MÃE NATUREZA MOSTRAIS VOSSA FORÇA, REBENTAIS OS GRILHÕES ENCLAUSURADOS NAS ENCÚRIAS DOS AVATARES DAS PRISCAS ERAS.

LIMOS PERNICIOSOS GRANJEARAM MILHARES, MILHARES ANOS SERES HUMANOS NAS ESCOPETAS MALDOSAS.

LÉGUAS SOBRE LÉGUAS DE IMPROPÉRIOS FEDIOS, DECOROSAS DESSAS BOCAS. BOCAS SIMPLEMENTE DE SERES HUMANOS MALDOSOS.

ASSIM SENDO, SOLICITO, VENHAM! AMIGOS DESMANCHAREM ESTES CASTELOS VAIDOSOS, INAPTOS.

VENHAM MOSTRAIS AS VERDADEIRAS VEREDAS LUMINOSAS!

ABRANDA-SE O VENDAVAL, REPENTINAMENTE A CALMA DESCE EM FORMA DE ESPIRAL. AO LONGE SE OUVE CÂNTICOS SUBLIMES. RETEMPERANDO AS PAISAGENS.

CANTAIS FALA VOZ

NESTE MOMENTO BRANDO E MANSO.

CANTAIS MINHA MÃE NATUREZA NA AURORA DE UMA NOVA EXISTÊNCIA.

SOFRIMENTOS LAGRIMAS O VENDAVAL AS LEVO.

FINALMENTE POSSO OLHAR OS DIGNOS, TRANSLÚCIDOS CAMINHOS DOS NOSSOS AMIGOS, MESTRES E IRMÕES MAIORES !

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AA. -------- J. -------- C. -------- DE MENDONÇA.

DATA. -------- 30. -------- 10. -------- 1975.

Maroty
Enviado por Maroty em 01/02/2012
Código do texto: T3474613
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