O Assalto
Parte Oito
O Que Restou Da Pilhagem?
Sem querer eu a toquei. Alguma coisa invadiu-me. Não sei explicar e foi diferente da primeira vez.
“Você me ama?”
- Sim. Eu te amo?
“Prova o seu amor?”
- Sim. Provo.
“Mataria por mim? Qualquer coisa que eu pedir?”
- Mataria. Mataria quem fosse pra você ser somente minha.
“Até seus amigos?”
- Sim. Até eles.
“E a amada? Também tiraria a vida dela?”
- Ela não é mais minha amada. Não é mais nada. Você é o meu amor, vivo agora por ti.
“Prove. Prove o seu amor. Eu te amarei como meu esposo. Serei fiel. Prove o seu amor.”
Ainda restavam duas balas no tambor do revolver.
Saquei-o apontando para os dois que ficaram surpresos.
- Não tocarão nela! Ela é minha, minha! – Gritei.
- Porra cara. Larga isso. Vira isso pra lá! – Disse Carlinhos.
- Nós somos amigos e parceiros. A gente está nessa. – Falou Adrianinho.
- Nela vocês não tocam.
- Que é isso irmão. Vai trair a gente? Cadê a amizade? – Disse Carlinhos.
E disparei nele. Na sua testa.
Adrianinho nem teve reação e disparei também na testa dele. Os dois mortos na minha frente. Meus amigos mortos e eu os matei.
Não quero sair. É a pedra, a maldita pedra! Ela que provocou o que fiz. E tenho medo, medo de sair.
E eu, eu não quero sair de perto dela. De perto dela não quero sair...