O Assalto
Parte Sete
A Conversa Com A Mocinha
Pelas respostas da empregada tivemos que dirigir para a casa dela. Já que não queria ficar na casa do patrão sabendo do que viu horas atrás.
Sua residência fica um pouco distante da casa do assassinato e me dirigi com três soldados.
O bairro lotado de pessoas nos acompanha além do canal de TV Crime e Violência nos importunando para beliscar informação. Ordeno que a equipe feche o zíper da boca.
Mandei que os soldados permanecessem do lado de fora e entro na casa da mocinha.
O nome dela é Bruna. Uma morena linda, estatura media, pouco rechonchuda, o cabelo era de um belo cacheado preto e o rostinho de expressão fraterna. A preocupação e o medo eram notados em seu rosto. Oferece para entrar e me acomodar no sofá de três lugares. Ela se senta no outro de dois lugares. Há uma senhora e duas crianças que se enfiam nos fundos da casa.
- Bem, senhorita Bruna. Sou inspetor Almeida. Estou aqui para buscar esclarecimentos do crime. Foi a senhorita que fez a chamada para a policia?
- Sim. Fui eu.
- A senhorita trabalha para qual pessoa na casa?
- O Seu Mendes. Ele é o dono da casa.
- Há quanto tempo?
- Nem lembro. Um tempinho acho.
- Conte-me como aconteceu.
- Então, seu inspetor. Ontem sai do serviço cedo e voltei hoje pela manhã. A primeira coisa que faço é preparar o café e aí vi aquela criatura horrorosa no chão da cozinha com a roupa do Seu Mendes. No impulso e medo liguei pra policia.
- Já havia visto a criatura?
- Eu? Nunca. Cruz credo! Ver aquela coisa feia quero mais não.
- Senhorita Bruna. Acreditamos que seu patrão era aquela criatura, pois usava as roupas do dono da casa. Os soldados perceberam que alguém invadiu a residência e assassinou seu ex-patrão. Lembra se o Seu Mendes possuía algum objeto de valor? Joia, cofre qualquer objeto?
- Objeto? Que eu sei o único objeto é uma pedra oval esverdeada que fica no quarto do Seu Mendes. Teve um dia que eu a toquei e o Seu Mendes brigou comigo. Ó, isso mesmo! Entrei no quarto e a pedra não estava mais!
- Senhorita Bruna, sei que é uma moça inteligente. Poderia puxar da memoria... Busque no fundo da lembrança se ha mais pessoas que sabem da pedra. Existem mais pessoas que sabem dela?
- Que eu conheço...
- Um esforço senhorita.
- Não sei... Ah! Lembro, lembro sim!
- Sim? Sou todo ouvido.
- Contei para o meu namorado no dia que Seu Mendes brigou comigo.
- Seu namorado?
- Sim... Ele não teria coragem de roubar... Não sei. Acredito que não.
- Não temos certeza senhorita.
- Não prestei atenção Inspetor. O senhor disse que aquilo era o Seu Mendes?
- Provavelmente. Já que usava as roupas do dono da casa. E o proprietário não apareceu desde então.
Peço um favor senhorita. Por gentileza escreva o nome e o endereço do seu namorado?
- Sim, sim. Claro. Espero que meu moreno não tenha participado.
- É o que averiguaremos. E mais uma coisinha: Peço a senhorita que não divulgue ou fale o que encontrou na residência do Seu Mendes. Consideramos que a senhorita realmente encontrou o próprio Seu Mendes na cozinha. Até porque nem nós nem a senhorita deseja gente chata e a televisão perturbando o sossego da família. Estou sendo claro, não estou?
- Muito senhor inspetor.
- Pois bem. Resta-me o endereço e o nome do seu namorado para encerrar por aqui.
(continua)