O Assalto

Parte Seis

Enfim. lá estava nós na casa do Carlinhos assustado com a criatura que encontramos na casa do Seu Mendes.

Para tentarmos esquecer Carlinhos sugeriu café. O que aceitamos de imediato. Também sabíamos que nada disso resolveria. Mas, pelo menos o café nos relaxaria um pouco.

Carlinhos nos entregou da garrafa térmica e despejou em dois copos de alumínio.

Foi alivio descer e saborear. Saborear o cheiro e o sabor. Nada como um gole de café pra tudo. Até mesmo logo após um assalto.

Ficamos por longos momentos provando em silencio cada um refletindo seus pensamentos, voando para outros planos. Pensamentos bons ou ruins.

E o tempo esgotou. A partir do ultimo gole tomado. O encanto terminou. Foi quebrado.

- Quero ver essa coisa aí. Tira do saco Adrianinho. – Pediu Carlinhos.

- Não!

Gritei. Para o espanto dos amigos que olharam estranhamente.

- Qual é cara. Que você tem? – Perguntou Adrianinho.

- Tenho nada cara. Acho que devo pegar primeiro.

Adrianinho não gostou da ideia e apelou.

- Merda cara! Que palhaçada é essa?

- Não discute. Deixa-o pegar primeiro.

Adrianinho a contragosto se afastou e coloquei o saco na mesa para todos pudessem ver a pedra.

Desembrulhei feito presente e ela surgiu diante de nós.

Ela me encantou... Seria paixão? Seria magnetismo? Ou algum sentido de atração?

O fato era que posso definir que naquele, ou antes, ao tocar na casa do Seu Mendes me denominava apaixonado. Era intensa a atração, tão intenso que só enxergava amor por ela.

- Tamo rico cara! Quanto de grana isso vale? – Falou Adrianinho.

- Muita, muita grana meu chapa. Passar o resto da vida de boa sem se preocupar com hoje e o amanhã. – Disse Carlinhos num excesso de prazer.

- E ela é toda nossa... – Completou Adrianinho.

Não! Não era nossa. Era só minha. Eu que coloquei a mão nela. A mim que seduziu pra ter apenas para ela.

Ela não era de meus amigos. Era meu amor, a pedra oval era o meu amor...

Fiquei enciumado de ouvir que a pedra era de todos. Errado. Ela era minha por direito e não a perderei.

Estava dominado e não sabia do por que.

(continua)

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 21/11/2011
Código do texto: T3348261
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