O Assalto

Parte Cinco

Queremos Ser Robin Hood

Esperei meus amigos em minha casa.

Relatei a conversa que Bruna narrou.

- Tem certeza cara? – Perguntou Carlinhos.

- Não há duvidas que a pedra na casa do velho seja esmeralda.

- Pensa em roubar?

- Sim Adrianinho. Nós os parceiros, os irmãos.

Meus amigos nem pensaram duas vezes aceitaram a entrar no roubo. Marcamos para o dia que Bruna saia mais cedo e que Seu Mendes tirava o seu passeio no parque.

Marcamos para esse dia. Entrar na casa do Seu Mendes, furtar a esmeralda e depois ser homem rico.

Ledo encano.

E neste momento na casa do Carlinhos estou com medo de sair e olhar a rua.

O plano era certo. O roubo seria no começo da tarde, ao meio-dia e quarenta e cinco minutos.

Não precisávamos de muita coisa. Apenas o revolver calibre 38, agilidade, silencio e rapidez. O roubo sairia perfeito sem falhas.

Ledo encano.

O calibre 38 eu tinha há tanto tempo. Peguei de um viciado por preço de banana.

Chegado o dia nos reunimos na esquina. A rua vigiada por nós. No horário a movimentação da vizinhança era nula.

Demos tempo de dez minutos caso alguém aparecesse. Com o tempo esgotado partimos para a casa do Seu Mendes.

Primeiro cada um pulou o portão. Eu fui o ultimo.

Meu coração batia nervoso. A sensação de adrenalina, do perigo e de arriscar era o básico da minha vida bandida. Penso que meus amigos pensavam como eu. A sensação e adrenalina é a motivação para cair de peito na ação.

De ladrões que somos abrir e arrombar objetos se torna fácil. Não tivemos dificuldade de abrir a porta da frente que era a sala.

Entramos. Como ratos invasores, antes que nos visse.

Avisei que o quarto do Seu Mendes ficava entre o banheiro e a cozinha. E nos dirigimos ao proposito desse roubo.

Ah, o quarto... A nossa frente o objeto cobiçado chamando. Sozinha na mesinha de madeira. Não emitia luz. Descrevia como Bruna tinha dito esverdeada, grande e oval.

Meus amigos ficaram boquiabertos. O que ganharíamos ou receberíamos à custa da pedra? E por que Seu Mendes guardava um objeto como esse? Nos dias de hoje é questão de perigo e atenção.

Fui até ela e a toquei. Não sei o que senti, me vi esburacado, meu corpo encoberto de orifícios. Assustado, soltei. (Isso porque não sabia o que significava a visão que tive. Depois compreendi.) Meus companheiros perguntaram o que aconteceu. Respondi que estava bem e pedi a Carlinhos que abrisse o saco de estopa. Coloquei a pedra e saímos.

A partir dai tudo mudou. Sem a gente esperar aquilo veio de encontro saído da cozinha.

O seria aquilo que apareceu?

- Porra, o que isso! – Adrianinho no susto gritou.

Não esperei. Com o 38 na mão mandei bala. Tiro no peito e aquilo caiu pra trás na cozinha.

- Porra, você matou ele! Reclamou Carlinhos.

- Era ele ou nós. O que é essa coisa? Está com a roupa do velho.

- Caramba. Olha como fede. Vamos nos mandar. – Disse Adrianinho.

A coisa fedia. Seu cheiro embrulhou o estomago. Porem marquei a fisionomia. Sua cor, seus grandes olhos negros e opacos, a pele seca. Arrepiou, fiquei hipnotizado.

- Vamos cair fora logo!

As palavras de Adrianinho despertaram-me e eu corri colocando o 38 por dentro da calça. E sem sermos vistos nos dirigimos para a casa de Carlinhos e estou desde esse tempo aqui.

(continua)

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 19/11/2011
Código do texto: T3345259
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