O Assalto
Parte Três
Uma Conversa Com a Namorada
Conheci Bruna por acaso na rua. Ela com uma amiga vinha do centro carregando duas sacolas de uma loja de roupas conhecida da cidade. Vinha eu, Carlinhos e Adrianinho. Tínhamos acabado de voltar do roubo no mercadinho distante do bairro. O resultado não foi lá grande coisa e eu estava nervoso e xingando o mundo. Bruna e sua amiga nos encontraram e nossos olhares cruzaram-se. O amor nasceu ali.
Gamei na morena. E perguntando ali e aqui consegui o numero da casa dela e comecei a passar em frente com meus amigos na intenção de vê-la.
Ah, como era um pouco cara de pau não temi de aproximar na cara dura. Com uma cantada sem graça e que colou. Mas, a morena tava na minha. Não foi por causa da cantada que começou a se interessar por mim.
E assim, nossos encontros eram de maravilhosos momentos e morro de amor por ela e ela no sonho de casar comigo.
E estamos a cinco anos namorando e mesmo Bruna sabendo do que faço ela não quer se separar.
Certamente que Bruna teme em saber de que vivo na vida errada. A preocupação é enorme. No entanto, a conforto para tranquiliza-la, que nada ruim sairia das minhas ações.
E Bruna arrumou trabalho diariamente na casa do Seu Mendes. Era um senhor estranho vindo de não sei onde. Quieto demais, homem de poucas palavras. Não havia quem não comentasse a maneira e o jeito do Seu Mendes.
Não consigo imaginar que a sua verdadeira aparência fosse aquela que vi dois dias antes.
Falo da situação que encontramos a coisa na cozinha e no susto disparei no peito. O Seu Mendes ou sei lá o que era aquilo caiu morto na hora. Não era sangue que saiu do peito, se era não era vermelho. Era branco e pastoso.
Não foi por isso que me escondi. O motivo encontra-se no objeto que roubamos o que fez cometer o que fiz.
Tudo começou após a noite de amor que tive com Bruna e ela comentou do objeto que o Seu Mendes guardava.
- Ele ficou bravo amor. Nunca vi o homem daquele jeito.
- Mas, o que era minha flor?
- Uma bola, uma bola esverdeada e oval e era de vidro. Grande e estava no quarto era bonita muito bonita. Você sabe que o homem não deixa fazer faxina no quarto. Tenho que esperar a ordem pra poder limpar. Hoje fiz diferente, não esperei e entrei e aí vi essa coisa oval de vidro. Estava em cima da cômoda. É linda e atraente e a toquei.
- Alguma coisa errada amor?
- Sim. Acho que sim. Não sei o que dizer.
- O que aconteceu amor?
- Toquei e não posso ter certeza de que foi aquilo que fez ver o que vi.
- Conta minha morena.
- Não estava sonhando, nem dormindo. Mas, ao tocar aquela coisa oval eu vi você. Vi você desesperado com revolver atirando em não sei o que. Era uma sombra e não consegui saber quem era.
- E depois?
- Ele, o Seu Mendes chegou e gritou:
“Tire a mão daí!”
Jamais vi o homem bufar de bravo. Gelei de medo. Não quero olhar naquela coisa, deixou-me arrepiada, não me senti bem.
- Você disse que era esverdeada?
- Isso. E oval. Esverdeada e de vidro. Bem, não sei se era de vidro.
Pensei comigo, no que Bruna havia contado e minha resposta era de que o Seu Mendes escondia uma mina de ouro. Era justo que a pedra ou bola era esmeralda. Esmeralda...
Não dei bola na visão que Bruna teve e a fome bandida de descobrir que a riqueza morava algumas casas depois da minha. Não tive o que pensar, queria a esmeralda.
Despedi da minha morena correndo, pois estava louco pra contar aos meus amigos.
(COntinua)