O Assalto
Parte Dois
Um Dia Antes- A Entrada do Cavaleiro
Meu nome é Almeida. Inspetor Almeida.
A equipe de policia recebeu um chamado da empregada da casa dizendo que havia encontrado morta uma criatura.
Nos meus vinte e cinco anos de inspetor da policia nunca presenciei o que acabei de ver caído na cozinha.
- Minha nossa! Como fede aquilo. – Reclama o legista ao sair da cozinha com o nariz tapado e com o rosto nauseado.
- O que é aquilo. Você sabe? – Pergunto.
- Meu caro inspetor. Ou estamos dentro de um filme americano ou alguma pegadinha. Aquela coisa na cozinha não é humana. Não faço a mínima ideia do que seja. Isso é coisa do I.N.P.E. Eles saberão dizer o que é aquela criatura.
Ele se afasta. Sai pra fora.
Chamo um oficial. Aparenta estar na casa dos vinte anos.
- Pois não senhor?
- Peça pra trazer alguém do I.N.P.E que possa esclarecer que coisa é aquela no chão.
- Sim senhor.
- E a empregada?
- Na residência dela senhor.
- Quero depoimento.
- A equipe cuidará senhor. Com licença.
O oficial sai à procura de alguém que possa resolver a situação.
Pra ter certeza de que não estou sonhando volto à cozinha.
Há um fedor insuportável saindo dele. Seria o sangue? Não sei se é sangue, pois é um liquido branco e pastoso. Abaixo. Uso lenço para tapar o nariz. Um disparo no peito e nada mais. Olho os grandes olhos pretos opacos parecem amedrontados, o fino nariz são dois riscos finos. Como conseguia respirar com o nariz? Não há pêlos e sombracelhas, tem pele seca, cadavérica. A cabeça deixa proporcional o corpo. A altura é entre 1,50 ou 1,55 metros. As mãos magras e há seis dedos cada, três em cada mão. Há um pequeno afastamento nos dedos, os pés a mesma coisa. A cor acinzentada. Não possui cabelo, há dentes em sua dentaria, bem amarelados. As veias da cabeça parecem fios elétricos.
Levanto.
O cheiro dele não permite que ficamos muito tempo próximo. Não sei quantos oficiais saíram para vomitar além da equipe legista.
- Cubra o corpo até alguém do I.N.P.E chegar.
Nos meus vinte e cinco anos confesso que jamais presenciei tal cena.
(continua)