O Maníaco da Madrugada: A missão
As badaladas do sino da igreja da matriz indicava que era meia noite. Da janela Lino olhava a cidade deserta abaixo de si, mas tinha certeza que em pouco tempo o movimento deveria revigorar aquele lugar.
Foi até o quarto vestiu uma camisa branca, uma calça escura e o sapato que servia de espelho de tão brilhante. Desceu pela escada, passou pela portaria e saiu para a rua. Podia ouvir os seus próprios passos na calçada. Durante o dia aquilo tudo era tomado por pessoas que saiam de toda a parte e parece que iam para o mesmo lugar.
Preferia não pensar muito no que ia fazer, mas sábia que tinha que fazer, era a sua missão e levava aquele carma como um modo de vida. Os homens são separados entre bons e ruins. Ele as vezes acreditava que se enquadrava nos dois, mas sabia que seu papel era julgar e nunca ser julgado.
Já estava longe de casa. Avistou uma jovem sozinha numa parada de ônibus. Aproximou-se lentamente. Buscava nela alguma particularidade. Todas as pessoas possuem algo que é somente seu. Ele era especialista em descobrir as singularidades das pessoas, talvez até por isso seja que ele decidiu-se por aquela vida. Alguns podem julga-lo ou chama-lo de louco, mas no final das contas ele sabia exatamente o que estava fazendo.
A moça na sua frente vestia uma minissaia preta, uma bota até o joelho, e uma blusa branca. Tinha uma bolsa a tiracolo, e estava visivelmente nervosa, algo a incomodava visivelmente.
- Tem horas moça?
A pergunta dele foi direta, mas ela se assustou, pois nem tinha percebido a sua chegada. Lino riu, ela devolveu o sorriso.
“Uma hora.”
“O próximo ônibus vai demorar?”
“Uns quinze minutos.”
Ele sentou ao lado dela e ficou observando-a. Ela tinha algo diferente, algo que ele nunca tinha notado em outras pessoas. Estava com a bota suja, o que indicava que tinha andado em algum lugar de terra, e como ali por perto não havia muita terra, supôs que ela esteve no parque. O relógio dela também estava mal colocado no pulso, e o cabelo meio despenteado, o que supôs Lino que ela tinha tirado o relógio, e se descabelou, o que significava que alguma coisa tinha acontecido, e ele sabia exatamente que ela tinha feito.
“Você é casada?”
“Não.”
“Tem filhos.”
“Não.”
Era interessante. Se ela tivesse família não seria a mais indicada, mas naquele sentido era a pessoa perfeita para seus planos, não deixaria raízes ou nada do tipo. Olhou ainda mais uma vez para a linda jovem, e rapidamente avançou conta ela. Segurou com força a sua garganta. Ela não conseguiu nem gritar. No inicio até esboçava uma reação de força que aos poucos foram se findando.
Dois minutos depois sentiu-a desfalecida em sua mãos, então recostou a sua cabeça na parada, e saiu apressadamente. Ainda cruzou com o ônibus no caminho que chegou até a parada.
Andou rapidamente até pelo mesmo caminho que tinha vindo. Subiu as mesmas escadas que tinha descido anteriormente. No apartamento tomou um banho e foi deitar-se. Não demorou nem meia hora até que seu telefone tocou. Sentou-se na cama, e atendeu.
“Alô.”
“Seu Dorvalino Menezes, tudo bem? Aqui é o inspetor Caio, o Maníaco da Madrugada atacou de novo.”
“Já estou indo.”
Lino desligou o telefone, pegou a câmara fotográfica e saiu rapidamente, desta vez pelo elevador. Pegou a moto na garagem e saiu rapidamente. Em dez minutos já estava no local do crime.
Bateu algumas fotos da vitima, e do local correu pro Diário da Manhã, pois tinha nas mãos uma matéria de capa, mais um ataque do Maníaco da Madrugada.


(Em breve um novo capitulo)
Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 24/09/2011
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