Segure na minha mão. Parte 2
16 de agosto de 2014, ás 17h45min. Parte 2
Por algum motivo tive o impulso de sacar o celular e filmar a reação daquela pobre mulher, e talvez tentar ligar para minha casa, mas não havia sinal. Retornei ao carro e liguei o rádio, mas todas as estações estavam fora do ar, e o chiado irritante só servia para deixar o ambiente mais agonizante. Seguindo em frente, mais carros parados, entre eles uma viatura da polícia rodoviária. Tentei chamar ajuda pelo rádio comunicador, mas do outro lado da linha só havia silêncio, ninguém parecia me escutar. No porta-malas, uma arma calibre 12 e alguns cartuchos de munição, que coloquei no meu carro, antes de continuar pelo caminho. Ao me aproximar da cidade de Barueri, mais carros abandonados, dessa vez bloqueando a estrada. Eu pensava “Porra, o que está acontecendo?”, enquanto descia do carro já desesperado, e caminhava a pé por entre os veículos. De repente, um cheiro horrível de carniça preencheu o ambiente, e logo à frente vi algumas pessoas de comportamento estranho. Dois deles pareciam devorar um homem. “Merda!”, eu pensava, e voltei ao carro com eles me seguindo. Liguei o motor, e afastei-me o máximo possível, até a ânsia de vômito me forçar a parar. Desci do carro vomitando, confuso e assustado. Tentei em vão ligar para meus familiares, mas o celular permanecia sem sinal. Pensei na minha família e nos meus amigos, tentando manter o controle.
Esforçava-me ao máximo para tentar lembrar o que eu fazia na noite anterior naquela estrada onde atropelei aquele homem, mais nada me vinha à mente. Decidi voltar de onde eu comecei a ver aquelas pessoas estranhas, talvez lá eu encontrasse alguma pista. Chegando ao local não havia mais nada lá, então continuei descendo pela pequena estrada de terra, onde avistei um carro parado. Era o mesmo local onde estava a mulher que tentou me agarrar, e no banco traseiro havia uma boneca toda suja de sangue, então voltei ao carro para pegar a arma e uma lanterna que deixava no porta-malas. Logo começaria a escurecer.