SONHO MORTAL!
Despertava desesperado, lhe faltava o ar, suado, saia da cama e abria a janela, precisava sentir a brisa, respirar... Respirar...
Depois, sentia um cansaço, o corpo afrouxava como se tivesse apanhando, conciliar o sono, novamente, impossível!
Ultimamente vinha acontecendo seguido, sempre o mesmo sonho, quando criança, despertava toda a casa gritando, na adolescência diminui um pouco e agora, já adulto, quase toda noite, seu quarto subitamente era tomado por uma névoa densa, tudo desaparecia e, de repente aparecia alguém (não sabia se era homem ou mulher) sentia o peso em seu corpo e as mãos que apertavam, apertavam o seu pescoço...
Decidiu ir num especialista do sono, já não adiantava nenhum medicamento para dormir, e parecia que estava tornando-se cada vez mais real e mais prolongado, tinha medo de morrer afogado. Banhou-se, tomou um café e como sempre, ligou para sua mãe, conversaram um pouco, ela perguntou sobre o sonho ele comentou o que estava acontecendo e sobre a sua decisão de buscar um especialista.
Chegou cedo ao escritório, aproveitou e começou a buscar médicos especializados, encontrou um que lhe pareceu interessante, fazia o paciente dormir uma noite na clínica e ser monitorado e, a partir daí, faria o tratamento adequado.
Marcou a consulta para o dia seguinte as 16h00min horas.
Mais tranqüilo Gabriel trabalhou o dia todo, nem saiu para o almoço já que no dia seguinte, sairia mais cedo para a consulta.
Após o expediente, saiu com seus amigos, foram tomar umas cervejas e comer pizza, estava especialmente feliz, sentia-se descontraído, alegre, provavelmente ir ao médico estava deixando-lhe mais esperançado em relação a poder dormir, livre do pavoroso sonho.
Chegou tarde ao seu apartamento, estava cansado, deitou e dormiu em seguida.
Na manhã seguinte, sua mãe, estava nervosa, Gabriel não havia chamado como de costume e, não agüentando mais ligou para o apartamento e para o celular e não obteve resposta.
Olhou à hora e decidiu ligar para o escritório, atendeu a secretária e lhe disse que Gabriel não havia chegado.
Preocupada, ligou para o marido, contou o que estava acontecendo e, este lhe disse: Não se preocupe, deve estar dormindo, ontem ele me disse que iam sair com a turma do escritório, deve ter perdido à hora. Não aceitou a explicação e lhe disse; se você não for lá ao apartamento, vou eu.
Quando viu seu marido chegando a casa, sabia que algo tinha acontecido, ele lhe abraçou e começou a chorar.
Gabriel foi encontrado morto, aparentemente, tentando abrir a janela e com uma expressão de horror no rosto.