Estrada sem fim

Abriu os olhos e ali estava com um gosto amargo na boca, os dentes ainda vermelhos de sangue e o corpo nú jogado na beira da estrada.

Levantou-se, cobriu o corpo com algumas folhas de jornal que estava ali no chão e começou a caminhar.

Andou durante horas, a lua clareava a madrugada, na estrada só ele e sua sombra como companheira.

No horizonte uma esperança que quando alcançada transforma-se numa nova estrada.

Continuou a caminhar, o som distante dos morcegos lhe soava como sinfonia.

Hipnotizado pelo som começou a se bater, arranhava o corpo com suas garras, caiu no chão e viu a sua alma saindo de si, não teve forças, fechou os olhos e lembranças do dia em que vendeu sua alma em troca da riqueza vieram atormentar a sua mente.

Era hora do acerto de contas...

Abriu os olhos, a madrugada chegava ao fim, a lua morria nos braços do sol, uma maldição.

Levantou-se, ainda nú, e seguiu novamente.

No infinito o horizonte e este o recomeço de uma nova estrada...