Leonardo e Wanda. Decisões...

Ele se levanta de manhã, como todos os dias ele se espreguiça. leva as mãos para o alto e sai da cama sonolento, tropeçando sem cair, entra no banheiro e toma um banho, sua mulher ainda não acordara, termina o banho e vai se trocar, enquanto se trocava olhava para a sua mulher dormindo com o corpo nu debaixo dos lenções, e que mulher linda ele tinha. Sua pele branca dava luz aos lábios rosados e olhos negros. Seu cabelo castanho escuro e ondulado estava espalhado pelo travesseiro, como se dormisse também, suas mãos delicadas de unhas grandes pintadas de roxo davam cor aquela pele branca. Ele a olhava.

Ele terminou de se trocar e saiu do quarto, estava com dó de acorda-la, pois haviam brigado noite passada e ele sabia que era culpa dele, mas não dava o braço a torcer, preferia ser o certo da ocasião. Ele foi para a cozinha e preparou o seu café, pensando como o seu estomago agora queria o cafezinho de sua mulher, ele pensou em chama-la, mas excitou, três vezes teve essa vontade, mas não queria acorda-la, entretanto ouviu um barulho no quarto, uma voz doce acabou de falar seu nome, duas vezes, uma baixinho, a outra preocupada, ele foi vê-la e ela sentada na cama um pouco assustada o deixou preocupado, sua voz estava baixa, mas ele pôde entender.

__Achei que você tinha sumido.

__Por quê?

__Sonhei que você me deixava, que eu te chamava, mas você não estava mais aqui.

__Talvez eu suma.

__Por que diz isso?

__Acho que não estamos dando tão certo afinal.

__Nós brigamos muito eu sei, mas não quero ficar sem você.

__Você realmente me ama?

__Se eu não amasse não estaria assustada assim sonhando que você estava indo embora.

__Talvez seu sonho não foi preocupação, foi desejo.

__Acha que eu quero que você vai embora?

__É só um palpite.

__ Não fala mais nada, é melhor que você vá para o trabalho.

__É.

Ele saiu o quarto deixando ela com um olhar deprimido, com uma lagrima presa por ela, pois não queria se mostrar fraca, mas era só quando ela chora que ele prestava atenção nela, mas ela não queria isso, onde está o homem que ela se casou? Sua vida virou uma rotina, limpa a casa de manhã, não faz almoço, pois seu marido não come em casa, então ela não tem motivos para fazer almoço, nem para comer algo, se sentia para baixo, pudera seu marido não era mais o mesmo, brigava por qualquer coisa, as vezes culpa dele, as vezes culpa dela, nenhum dá o braço a torcer, o orgulho os domina.

Ele sai do seu apartamento, desce as escadas, pois o elevador está quebrado, mora no 14 andar, seu azar era imenso, já cansado de brigar, desce devagar pensando em deixa-la, mas não sabia se realmente queria fazer isso.

Ele encontra seu amigo pelo caminho, Tiago é o nome dele, cara alto, barba mal feita, mas com um certo carisma de malandro responsável. Tiago dá um oi para ele, ele é Leonardo, que devolve o oi com um sorriso meia boca, deixando no ar a vontade de mandar tudo para o inferno.

Ela continua em casa, Wanda é seu nome, refletia entre as quatro paredes de seu quarto, chorava sem ele para abraça-la, não gosta de se demonstrar fraca na frente dele, mas também não gostava de ficar sozinha.

Leonardo ia todo o dia para seu trabalho na qual sempre fazia as mesmas coisas, do mesmo jeito, vivia em uma rotina insuportável, no trabalho e em casa, em casa por culpa do trabalho, e no trabalho por culpa do próprio trabalho, de si próprio. Leonardo é diretor, mas não de escola, diretor de industria, era o importante do lugar, e sua vida era um droga, talvez por ele fazer sua vida ser uma droga.

Leonardo trabalha até as 9 da noite, e sempre sai depois para beber com Tiago, paquerador, Tiago sempre saiu com uma ou duas daquele lugar, um bar ao lado do seu trabalho era a sua fuga de casa, por que ele queria fugir? Pensava ele com os olhos fixados no Whisky de terceira, tinha uma mulher linda, mas não sabia se era a mulher da sua vida, talves fosse, mas a rotina a estragava, o estragava. Estragava a relação.

Leonardo ficava exatamente 1:20 naquele lugar, saia sempre com bafo podre de bebida, não fazia questão de pegar um táxi, ele mesmo pegava o seu carro e dirigia, andava torto pela rua, mas não batia, talvez por milagre, talvez por azar.

Subiu os 14 andares, pois o elevador ainda estava quebrado, sempre estava, ao chegar entrou no apartamento e viu sua mulher o esperando sentada no sofá com uma coberta em suas costas. Ela se levantou, a coberto deslisou pelas suas costas e caiu no sofá, e como sempre eles começaram a brigar.

__Você foi de novo no bar não é.

__E dai mulher, da minha vida cuido eu.

__Por que você faz isso comigo?

__Fazer o que? larga do meu pé, não gosto de você controlando minha vida.

__Eu não estou controlando a sua vida, talvez realmente você estava certo de manhã.

__Certo de quê? Ah? de te deixar? Talvez fosse uma bênção me livrar de você.

Ele falou alto, estava com uma cara de raiva, que foi substituída por uma cara um pouco assustada quando viu que ela estava quase chorando, mas ao invés de pedir desculpas, ele gritou novamente com ela.

__Vai chorar? Chora inferno, é a unica coisa que você sabe fazer além de infernizar a minha vida.

Quando ele falou isso ela saiu correndo para o quarto, estava com dificuldades de respirar, não sabia o que pensar, só deixava o rastro de lágrimas no chão até o quarto, batendo a porta a trancando, e se jogou na cama de desespero, ele pouco se importando, deitou-se no sofá, onde estava a coberta que Wanda havia deixado lá e dormiu.

Como sempre acordou de ressaca, mas dessa vez no sofá, nem lembrava o que fez no dia passado, somente da briga com Wanda, ficou gravado em sua memória, percebeu que fez errado, mas não deu o braço a torcer, levantou do sofá e foi tomar banho, como sempre de água fria para acabar com a ressaca, saiu do banho e tinha que entrar no quarto para pegar as suas roupas, por sorte Wanda acordou a noite foi no banheiro e quando voltou deixou a porta destrancada, ele entrou e viu Wanda encolhida na cama dormindo com os cabelos sobre os olhos, ela estava diferente, seus cabelos não mais preenchiam o travesseiro, suas unhas estavam menores e o esmalte estava descascado, seu corpo não estava nu debaixo do lençol, ele a olhava, sabia que a culpa era dele, mas pouco importava agora, ele é orgulhoso demais, ficou uns 5 minutos olhando para ela, até que ouviu ela falando:

__Vai de novo pra o trabalho?

__Vou.

__Tudo de novo?

__É.

__Fica aqui, precisamos conversar.

__Não temos nada para conversar.

__Fica aqui comigo, eu estou com um mal pressentimento.

__Para de frescuras, estou indo trabalhar, ao menos alguem tem que trazer comida para dentro de casa.

Após falar isso ele saiu pela porta do quarto já trocado, pegou sua maleta e saiu, sem ao menos tomar café. Como sempre ele desceu pela escadas, pois o elevador estava quebrado, e encontrou Tiago pelo caminho, feliz da vida, olhava para o amigo e via que ele não tinha preocupação, ficou pensando como a vida do amigo era boa, queria uma daquela para ele, tanto que decidiu fazer o que o amigo faz naquele dia.

Chegou no trabalho e como sempre a mesma rotina, passou o dia deprimido pensando na mulher que estava em casa, talvez era melhor ele pedir desculpas, mas não queria ser o errado da situação. Ela ligou para o seu celular mais de 15 vezes, e ele ignorou todas. até que parou, não ligou mais.

Chegou de noite e como sempre foi para o bar, pensava em pegar qualquer uma e passar a noite, mas sua consciência não deixava, apenas queria mais uma dose daquele Whisky de terceira. Mais uma vez ela tentou ligar para ele, mas ele recusou.

Saindo do bar ele recebeu uma mensagem de voz, era dela, e ele deletou.

Chegou no seu prédio e como sempre subiu as escadas, mas algo chamou sua atenção. Um homem descendo correndo segurando o seu braço direito na qual tinha um ferimento parecido com unhas, mas não fez caso de se assustar, apenas terminou de subir o resto das escadas.

Ao chegar em casa, notou que a porta estava aberta, entrou e encontrou sua casa totalmente destruída, e a unica coisa que pensou era que Wanda fez de propósito, mas mudou de ideia logo quando viu sangue no chão, tinha em quase toda a sala, seu olhar ficou preocupado tentando encontrar Wanda, parecia que ela havia sumido, mas a encontrou dentro do armário inconsciente com o celular na mão direita, e sua mão esquerda em cima da sua barriga na qual tinha um ferimento grave, e uma faca caída do seu lado, em sua cabeça tinha um ferimento de batida, e nos seus olhos tinham lágrimas de sangue. Leonardo estava imóvel com o que via, sua mulher ali, daquele jeito, não sabia se estava morta ou viva, não se movia, até que ele teve a coragem de checar e ela ainda respirava, estava fraco, mas ainda respirava, ele ainda tinha chance de salva-la.

Leonardo pegou o celular e foi na sala perto da janela aonde havia sinal, mas estava tão nervoso que deixou o celular cair, aquilo o deixou em desespero, pois ele não tinha telefone fixo, por sorte lembrou do celular da sua namorada que estava na mão dela, ele foi pegar, estava ensanguentado mas estava funcionando, ligou para o hospital que enviou uma ambulância, que chegou 5 minutos depois, junto com alguns policiais, que interrogaram ele, enquanto levavam o corpo dela para o hospital.

Pouco depois lá estava Leonardo indo para o hospital ver sua mulher. Chegando ele foi informado que ela estava em uma cirurgia de emergência, estava a um fio da morte. Ele começou a ficar mais desesperado. chorava enquanto esperava, olhava para as paredes daquele hospital, ficou pensando como ela estava, até que lembrou da mensagem de voz, mas ele havia deletado, e nem mesmo estava com o seu celular que se suicidou pulando da janela do apartamento, mas... e o celular dela? Talvez tinha armazenado a gravação? Ele procurou por uns 20 minutos em todo o celular até que achou o ícone, apertou, colocou perto do ouvido e começou a ouvir, cada vez mais espantado com cada palavra dita naquela gravação.

__"Morr vem pra casa, tem um cara aqui, eu to com medo__batidas fortes na porta__ele está tentando entrar no quarto, me ajuda__falava cada vez mais desesperada__Por favor vem logo. por fa...__interrompida pela porta arrebentando e o homem estrando.

__"Não me soltaaaaaaa"

__"Vem cá sua cachorra, quero ver esse seu corpinho lindo, vem pro papai aqui".

__"Desgraçado, porque não vai atrás da puta da sua mãe, me solta...ME SOLTAAAAAA".

__"Sua vadia, me arranhou..."

ouviu no fundo uma barulho como se fosse um tapa e em seguida algo batendo contra o ferro da cama, talvez fosse ele tentando levar ela para a cama, e bateu a cabeça dela.

__"Me deixa em paz... por favor... SAI DAQUI. LEONARDOOOOOOOOO.__Gritava em desespero, chorando sem parar__LEONARDOOO".

__"Cala a boca, Leonardo num ta aqui pra te proteger sua vadiazinha, grita mais que eu te corto, vamos grita?"

__"Me solta, por favor me deixa em paz..."

Ouviu um grito da parte dele, talvez ela fez algo que o machucou, em seguida deu para ouvir passos, poucos, mas alguns, e um grito de Wanda no final, em seguida um estrondo no chão. A voz do homem falava baixo e ia aumentando

__"Droga...DROGAAAA"

Deu para ouvir os passos rápidos dele que sumia pouco depois, e um som que parecia ser algo arrastado no fundo parou. E o que ela disse em seguida marcou a alma de Leonardo para sempre.

__"Te amo...eu disse que tinha um mal pressentimento.

A mensagem acabou e Leonardo arrasado com tudo aquilo, chorava mais e mais. Até que veio um médico falar com ele, um cara alto, loiro e um pouco velho, veio trazer noticias de Wanda.

__Ela está bem? Doutor?

(continua...)

Layla Vimorat
Enviado por Layla Vimorat em 22/07/2011
Reeditado em 03/04/2013
Código do texto: T3111308
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