O ACOSSADOR – 2ª. PARTE
 
Mesmo assustada com as mensagens, decidiu que isso não iria afetá-la, tinha sua profissão que amava e que ainda lhe daria muitas alegrias e orgulho, sua família, seus amigos e um dia
teria alguém para amar e ser amada e quem sabe, até ter filhos.
 
Com esses pensamentos, arrumou-se, fechou o apartamento, desceu a garagem e entrou no carro em direção ao hospital. Estacionou na parte exclusiva dos médicos e dirigiu-se ao seu
setor, cumprimentou a todos que encontrava, estava feliz, sentia-se segura, pronta para um dia de muito trabalho.
 
A manhã passou voando, visitou todos seus pacientes internados, era amável com todos, realmente, tinha interesse pelo problema de cada um. Tocou seu celular, era sua amiga, Carla, que também é médica, pediatra, convidando-a para almoçarem juntas.
 
Foram comer sushi no Tatibana, no Batel, durante o almoço, Ana Maria decidiu contar a sua amiga sobre a orquídea, os telefonemas e as mensagens de texto e, Carla, dramática, lhe disse: Ana tem contar a seu pai e irmãos e, se isso continua é melhor você sair do apartamento e fazer uma queixa formal na polícia.
 
Ana, até sorriu e disse, de repente para, percebe que não dou importância e também não quero contar algo que nem eu entendo, não sei quem é, nem porque, é como se fosse um fantasma. Está bem, disse Carla, se precisar de ajuda, conte comigo.
 
Retornou ao hospital sentindo-se mais tranqüila, quando entrou, a atendente da recepção, disse: Dra. Chegou uma encomenda e, entregou-lhe um ramo de rosas, vermelhas. Ana sentiu um frio no estomago, deve ter empalidecido, pois lhe perguntaram se sentia bem ou era emoção.
 
Segurou o ramalhete e seguiu, sem dizer uma palavra. O primeiro lixo que encontrou, jogou as flores sentia que queimavam a suas mãos. Soou o celular, era uma mensagem: Estava bom o almoço no Tatibana?
 
A raiva, a impotência, dominou sua cabeça, sempre foi muito correta em suas atitudes, havia superado ter sido criada sem mãe, lutou com a família para sair do círculo de ser advogada,
Demonstrou seu valor, estudando duro, privou-se de muitas coisas para ser médica e, não ia permitir que um doente, dominasse a sua vida.
 
Encerrou seu turno, foi direto ao shopping comprar um detector de chamadas, fez um lanche rápido, ligou para seu pai e irmãos estavam todos bem e, seguiu para seu apartamento.

Abriu a porta, e foi direto tomar algo para a dor de cabeça, depois conectou o detector de chamadas que também tinha secretária eletrônica, gravou apenas, não posso atender, deixe
seu telefone que ligo mais tarde.
 
Tomou um demorado banho, sentiu-se melhor e foi deitar. O telefone tocou a noite inteira a cada hora, como tinha desligado o do quarto, dava para ouvir quando tocava na sala, levantou-se e fechou a porta do quarto, não ia atender, e nem desligar, estava decidida a não curvar-se diante desse louco.
 
Dormiu mal, levantou-se para comer algo e ligou a secretária eletrônica, havia sete mensagens, ouviu uma por uma e, como sempre apenas uma respiração e o número que aparecia era de um celular, ela discou e ninguém atendeu.

Noite péssima semana mais ainda, vários colegas tinha percebido que estava irritada, ar cansado, mas como era muito reservada, apenas olhavam e não diziam nada. Quando chegava a hora de ir a casa, já não sentia o mesmo prazer de antes, sua amiga Carla havia lhe convidado para saírem, recusou dando uma desculpa qualquer.
 
Essa noite, em especial, sentia-se destruída, entrou no seu apartamento e em seguida soou o interfone, atendeu, era o porteiro, se podia subir para entregar-lhe um pacote. Abriu a porta e o porteiro tinha uma caixa relativamente grande, com um belo papel de presente e um laço enorme.
 
Agradeceu, fechou a porta e ficou olhando,pensava abro ou não! Decidiu por abrir a caixa e, para sua surpresa era um conjunto de calcinha e sutiã, negros, todo em renda, quando tirou o conjunto da caixa, percebeu um cartão no meio da roupa que dizia: Estarei pensando em você toda a noite, vestindo esse belo conjunto, bons sonhos!
 
Não suportou mais, começou a chorar, sua vida estava desmoronando, tinha um inimigo sem rosto, se sentia impotente, não podia continuar assim, estava afetando o seu trabalho, já não era a mesma, sentia medo, sentia-se vigiada e a sua volta cada rosto parecia ser o inimigo.
 
Agarrou o telefone e ligou para seu pai, pediu que viesse ele e seus irmãos ao apartamento que precisava contar-lhes algo muito importante, mas tinha que ser pessoalmente.

Tentava pensar em quem estava lhe fazendo isso, não tinha raiva de ninguém, ex-namorados apenas dois e de um deles era amiga, o outro morava atualmente em São Paulo e, jamais faria isso com ela ou outra mulher, não tinha esse perfil.
 
Meu Deus! Parece que as paredes possuem olhos!
 
 
Continuará...
 
 
 
 
 
 
 
 
verdades e mentiras
Enviado por verdades e mentiras em 06/07/2011
Reeditado em 06/07/2011
Código do texto: T3079944
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