A MORTE
“Estranho: alguém morreu?” Em um momento daquele dia, para ser mais específica e para quem aos que desejarem, em certo momento da tarde, cinza, triste e chata. O dia da morte afinal.
Não se lembra de quem houvera... morrido? Estranho... Ela caminha de volta para casa, com passos rasos, e bastante calada, as vezes lenta, mais depois acelerada, não se lembrando, da maldita pimenta ou de mais alguém que esquecera a jumenta dourada.
O fato era que afora a areia do asfalto, e o cheiro da grama molhada, na pedra. A morte do tal e qual é o ponto final. Convença-a afinal. A sua moral.
É nada mais falta acontecer, na tarde que teima em ficar chata, nem de longe se compara com a de ontem. Aquela em que de tanto amor, quase ela morreu, por um cara legal, que fez o que ela realmente ela gostaria de viver. A vida do etc e tal!
No momento, a lembrança de que algo que ela não precisa lembrar. O tal de ela quis que morresse. Mas como não se lembrar de quem morreu meu Deus? O alguém importante, que importar tanto assim com a morte. Dentro dela, há um estranho luto. Um luto macabro, sinistro de algumas condições, que porventura se tornou belo. Apenas um estranho luto de alguém que vive na saudade da lindeza ameaçada de alguém. .
Ontem ela pensara que amar a vida era o hoje. Mais como, meu Deus, se pode ter a certeza de que alguém morrerá?! Não, não se pode ter esta certeza. A morte é quem ela vai encontrar? A morte que poderia ter acontecido há bastante tempo.
O seu plano foi colocado em ação e fez o seguinte, entrou em casa, parou na porta, virou-se para a rua, olhou o céu, observou o céu e viu que realmente estava cinza. Ficou a se perguntar se era real, então percebeu, que não era o céu que estava cinza. Era simplesmente ela. A saudade de nunca mais ver o playboy do etc e tal.
E para os que desejam que ela seja clara e concisa. Ela conclui. O céu que ela vê na janela da cozinha. É a sua alma. E é pra todos os que um dia ela quis ser. Hoje não é mais, a não ser a pobre mulher da espera da morte, afinal.
TARTAY/Março-2011