Um sol por testemunha...e cúmplice
Neto, quando criado pela avó, não respeita a ninguém; fumante nunca dá atenção ao Ministério da Saúde, que afirma ser o cigarro um dos causadores do câncer e, o pior dos desobedientes é o alcoólatra, que não deixa de dirigir quando bebe, apesar dos inúmeros exemplos que temos de tragédias causadas por embriagados ao volante.
A cena é tão rápida, mas os resultados são tão duradouros, que a ação criminosa deveria ser julgada por dispositivos mais rígidos, e as penas deveriam coibir os praticantes alcoólicos que se põem atrás de um volante
A parada de ônibus sendo invadida por um veículo em alta velocidade foi assustadora, assim como rápida; ninguém teve tempo para nada, além de gritar e entrar em desespero com o resultado.
Um vizinho, da cena que ilustrou o acidente, foi frio, quase que desumano; primeiro anotou o número da placa do veículo que fugiu em disparada; e só então chamou a polícia e uma ambulância.
Se agiu com racionalidade, de forma quase que impassível, ao se deparar com resultado da do acidente, também assim se conduziu, ainda que movido pelo ódio, ao tramar retaliações ao condutor do carro, carro que agora poderia ser chamado de carro fúnebre.
Outras testemunhas também anotaram o número que identificou o carro e o condutor, que preso foi indiciado por homicídio culposo; um crime atribuído a quem não pretendia matar, só o fez por negligência, imprudência ou imperícia.
A aquele, que a tudo assistiu e revoltou-se com a condescendência com que a justiça tratou o criminoso; uma fúria, uma gana de verdadeira justiça tomou conta, ele que era apenas uma testemunha anônima.
Identificado o criminoso, chegar ao endereço dele foi muito fácil, bem como não foi difícil estudar sua rotina diária: horário de sair, de voltar, de acordar etc....
Numa belíssima manhã ensolarada, o misto de motorista e assassino abriu o portão eletrônico para esquentar o motor de seu carro. Uma lupa, cuidadosamente colocada, concentrava o raio solar que invadia a garagem, dirigindo o foco para o tanque de combustível, que se encontrava sem, de forma proposital, sem tampa.
A explosão foi violenta, calor e labaredas tomaram conta do veículo, e aquele atrás do volante, e preso por um dito cinto de segurança, sentiu na pele os efeitos do álcool sob a ação do fogo; ele, motorista, que nem mesmo havia pensado em usar um protetor solar.