Vermelho Sangue

A vista era a mesma para todos que a olhavam. As ondas do mar batendo nos rochedos, indo e vindo molhando as areias da praia. O sol no expoente ao contrario da nascente, partindo para o outro lado do mundo, onde nascerá num novo amanhecer. Deixando o vazio exato para a lua chegar brilhando, e beijando a águas do gigante colosso.

Os primeiros notívagos começam a dar o ar da graça, nos bares e nas praças. E como todos que vê, ela vê também a maré, porém numa outra óptica. A simetria da semântica, contabilizando os minutos que leva uma onda para ir e vir. Ela nunca na vida pensou que um dia as contariam! Mas, ela as contava, e no intervalo das ondas ela suspirava, deixando cair às lágrimas. De arrependimento. Talvez, quem sabe de alegria, ou, pode ser de medo.

Arrependida pela fraqueza que arrebatou seu coração, e a fez forte para agir e surpreender a si mesma com sua decisão. De não mais sofrer. Alegre por ter a certeza de que não passará mais pelas dores que por tantas vezes a fizera chorar. Medo em saber que tudo poderá ter sido em vão para muitos o seu ato. A vista noturna do Farol da Barra é linda para quem a vislumbre. No entanto aquele corpo solto no ar caindo foi arrepiante!

Mais horripilante ainda foram os gritos histérico das pessoas que outrora, assim como ela contemplava a bela paisagem. Mas somente eles a viram esparramar pelo chão arenoso da praia o tingindo de vermelho sangue. Marcando o fim de uma vida que num futuro breve poderia mudar. Pois seu algoz que lhe surrava as carnes acabara de ser morto numa briga de bar.

valdison compositor
Enviado por valdison compositor em 16/01/2011
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