Sótão do Recém
Surpreendentemente, as paredes permaneceram quietas. Sabe, não era assim de se esperar! Ninguém esperava.
Elas talvez não nos esperassem tanto.
As janelas bem fechadas e um assobio mínimo das películas de vento que conseguiam se infiltrar no quarto.
Ainda se misturava ao ar de dentro.
Ainda isso...
Éramos algumas pessoas. Meus ouvidos não puderam ouvir, mas o tom do ar anunciou... Em seguida o tom dissolveu em si.
Todo mundo tava ali.
A gente tava.
Havia uma longa cortina muito velha cobrindo toda a extensão da parede, cuja janela era também muito velha. Não mais velha do que a cortina...
Ninguém dos mais novos soube. Fato era que... que o esquecimento.
A sutileza do movimento da cortina. Parada se torna certeira.
A respiração dos outros, o fôlego e o pensamento, tudo sutil. E curioso.
Juntando tudo, um pouco menos sutil... Mas daí uma sutileza extrema erguia-se remontada no aposento, delineando o antigo tecido.
Pois que no trajeto da ondulação da cortina, o silêncio foi gritante, mas de um conforto sem igual, sendo que eu sentia a surpresa a qual... a qual...
Ainda antes eu tivera o riso singelo.
Surpreendentemente, as paredes permaneceram quietas.
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