A ORIGEM DO MAL
–Por que você parou o carro aqui?
–Quero que você a veja.
–Às vezes você parece maluco...
- Não quero que haja segredos entre nós.
- Ok. Onde ela está?
–Lá.
–Qual?
–Aquela de pescoço esguio como uma palmeira.
Sentada ao meu lado no carro, Vânia olhava as unhas. Vânia havia gastado tudo o que tinha no Uruguai em cassinos e festas. Térmitas num imenso cupinzeiro. Voltou para o Brasil e agora tinha uma butique no shopping onde vendia balangandãs para peruas ricas.
–Quando minha namorada morreu ao levar um tiro num assalto, eu jamais poderia imaginar que, de um modo ou de outro, aquela tragédia transformaria minha vida.
–Alguém levar um tiro num assalto é a coisa mais normal do mundo.
–Mas ela morreu há dois anos e pessoas mortas não andam por aí.
Vânia me encarou como quem vive no temor da morte e disse:
–Uma boa historia começa com um equivoco.
Mas ela só descobriria que estava errada tarde de mais.
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