CAIXEIRO VIAJANTE
CAIXEIRO VIAJANTE
A iniciação é o primeiro passo para uma pessoa ingressar na Ordem Maçonaria e Demolay. Nelas o iniciado prossegue na busca de novos conhecimentos e aperfeiçoamentos Filosóficos e Sociológicos. Isso aconteceu com um jovem caixeiro viajante, que por volta das 10 horas do dia 28 de janeiro de 1975, ele recebeu na sua residência a visita de um amigo, que trazia na mão um envelope com vários documentos maçônicos.
Ao entregar-lhe o envelope ele disse: A maçonaria é uma instituição universal que tem por objetivo tornar feliz a Humanidade, pelo amor, aperfeiçoamento dos costumes, tolerância, igualdade, respeito à autoridade e a crença de cada um, proclama a existência de um Princípio Criador, a quem denominamos de “Grande Arquiteto do Universo”.
Como homem de fé e confiante na supremacia de um Deus Onipotente, Oniciente e Onipresente, ele recebeu e abriu o envelope. O conteúdo era uma Proposta de Iniciação na Loja Maçônica Dom Pedro I, instalada e sagrada numa prospera cidade da região pré-amazônica brasileira. A proposta foi preenchida e assinada no mesmo dia e com a documentação solicitada devolvida ao portador.
Passado alguns meses o carteiro da cidade que o convidado caixeiro viajante morava, entregou-lhe uma intimação da Maçonaria, que solicitava o seu comparecimento a caráter na rua Luís Domingues, 660 - Centro, as 16 horas do dia 19 de abril de 1975.
Como bom brasileiro no dia e horário marcado lá ele chegou trajado num novíssimo terno de linho preto: camisa de cambraia, gravata de seda, sapado de couro e meio de nylon. Estava também com um perfumado lenço no bolso e um par de sandálias na sacola.
Na porta de entrada de uma monumental catedral, pintada de azul celeste, com várias inscrições escritas com letras góticas e desenhado no seu frontispício superior a imagem de um pedreiro desbastando uma enorme pedra com marreta. Lá ele foi recepcionado por três seguranças, os quais lhe levaram para uma sala de reflexão, que estava totalmente à escura. Sentado numa cadeira lá ficou por um bom tempo, refletindo sobre o que iria fazer naquela escuridão. Depois o seu guia acendeu uma vela mística e colocou-a sobre uma mesa, onde estava um questionário para ser respondido. Do lado estava uma Bíblia aberta com uma fita branca estendida sobre os textos: Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos corações sábios. Salmo 90.12 e: Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. II Coríntios 3.5-6. Tinha também um quadro com o nome genérico de “Caixeiro Viajante”, no qual se lia: No golfo do Sultanato, Omã, fica a capital dos Mascates. O paláço do rei, dos diplomátas e o centro comercial é murado em blocos separados. Por isso é conhecida como cidade das três urbes. Esta divisão causa inconveniente para os caixeiros viajantes, que mascateiam produtos para carpinteiros, pedreiros e garçons, uma vez que as distâncias entre as acomodações e os demais lugares são extensos.
Abalizado nestas informações, ele empreendeu a sua jornada de escritor e alpinista de montes e colinas, visto que estava numa caverna e em absoluto silenço. Ao pé de uma encaracolada escada, que dava acesso auma região montanhosa e cheia de obstáculos, por assim ser ele teve que subir serras e outeiros, enfrentar dificuldades pelos os degraus repletoss de obstáculos. Depois de três tentativas por caminhos escabrosos, ele escalou o primeiro degrau. Apartir de então, ele se debruçou sobre a mesa e em poucos minutos respondeu e assinou o questionário.
Por está em concentração de espírito, ali ele se lembrou, que certa vez pegou na garagem de sua casa um carro e com ele saiu em direção do sul, depois que andou algumas horas por estradas escabrosas, chegou numa oficina mecânica, lá o seu carro quebrou. Preocupado com os compromissos que tinha para resolver na cidade de Omã, que ainda estava distante, ele conversou com o mecânico sobre o problema do seu veículo e dos compromissos que tinha agendado para aquele dia na desconhecida cidade de Omã.
No mesmo instante o mecânico disse: Não se preocupe você pode usar o meu carro. Vou chamar um pedreiro e mandar consertar o seu enquanto o amigo resolver os seus compromissos.
Por ser um marinheiro de primeira viagem ele ficou apreensivo com aquela informação, pois nunca havia visto falar que pedreiro concertasse carro, mas por ser um homem de fé, acreditou no que dizia o desconhecido mecânico e lá se foi no seu jeep.
Três horas mais tarde ele voltou, mas o seu carro precisava de uma peça que chegaria somente no dia seguinte. Preocupado com aquela situação, ele lamentou o que estava acontecendo. Quando o mecânico observou aquela preocupação, ele disse: Não se preocupe use o meu telefone e reprograme seus compromissos de amanhã, fique conosco, hoje mesmo vamos providenciar a compra da peça e o concerto do seu veículo.
Naquele momento ele se lembrou do que disse “Senaqueribe”, rei da Assíria: Em que confiais vós, para vos deixardes sitiar em Jerusalém? II Crônicas 32.10. Lembrou também, que o rei Salomão recomendava os seus discípulos que confiasse nas suas verdades. Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor, pois ele é seu auxilio e seu escudo. Salmo 4.5 e 115.11.
Andando um pouco mais pelo campo da imaginação espiritual, ele se recordou do que disse os profetas: Confiai sempre no Senhor; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna. Isaias 26.4 e Farei também a esta casa, que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós e a vossos pais, como fiz a Silo. Jeremias 7.14.
Confiante nas palavras daquele homem, o aflito caixeiro viajante aceitou pernoitar na oficina da distinta família que lhe dava total apoio. A esposa do mecânico preparou um jantar que foi servido com “Vinho Tinto” em taça de puro cristal, que espelhava nas suas paredes a frase “Fraternidade, Igualdade e Liberdade”, a qual estava circundada por um compasso e um esquadro.
Por estar enfadado da viagem que acabava de fazer, logo depois da refeição dormiu profundamente em um quarto reservado para si. Quando acordou viu o seu carro, consertado e pronto para o trabalho do dia seguinte. Após tomar com aquela família um excelente café, ele agradeceu os dois pela hospitalidade e com triples abraços fraternais se despediram harmoniosamente.
Antes, porém de engatar a primeira marcha do seu veículo, o Caixeiro Viajante perguntou ao fraterno mecânico: você ajudou-me porque sou matriculado e iniciado na Escola da Arte Real?
Não: Eu ajudei-lhe, porque também sou teu irmão como tal, cumpro com os deveres de um pedreiro honrado, que ver nos iniciados grandes verdades.
Dito isso, eles apertaram-lhes as mãos dizendo: Obrigado meu irmão, assim deveria ser toda humanidade, que Deus nos ajude a sermos felizes e hospitaleiros em todos os momentos e para sempre, sem observar fronteiras, cor, raça, religiosidade e tendências políticas.
Como tal, de lá para cá aquele caixeiro viajante tem lido diversos livros sobre a origem de tão magnânima entidade, como ela se desenvolveu e chegou no Brasil, o que tem feito e deixado de fazer de bom. E assim ele foi escalando montanhas de páginas com os mais variados conteúdos, entre tantos, a Bíblia Sagrada, em quem encontrou grandes verdades.