O LOBISOMEM DE AMPARO - PARTE 07 – SEXTA-FEIRA DE LUA CHEIA

PARTE 07 – SEXTA-FEIRA DE LUA CHEIA

A mulher do Seu Armando depois de chorar muito já sabia o que fazer, foi na Igreja batizou o filho, defumou as sextas feiras a casa. Ia à missa todo domingo e todo domingo trazia uma garrafinha com água benta para a casa, a qual todos os dias ela jogava um pouquinho em cada canto da casa.

E chegou a sexta-feira de lua cheia, uma coisa que me esqueci de mencionar, apenas nas sextas-feiras de lua cheia que ocorre a transformações nos demais dias de lua cheia o lobisomem apenas fica ansioso e em alguns casos meio violento.

E chegou o dia, o Seu Armando sai e sua esposa que já tinha combinado de antemão com uma vizinha, deixou o filho com a amiga e sai ao encalce do marido. E foi no Bairro do Ribeirão onde hoje é a Igreja se São Sebastião que o marido se coçando e se mexendo entra num bananal. E a corajosa senhora fica escondida perto de um grande flamboyant qualquer coisa ela teria onde se refugiar.

Mal passou 10 minutos e ela escuta um uivo medonho, como se um cão ou fera estivesse passando por um sofrimento indescritível, ela ficou apavorada, mas mesmo com todo o medo ela palpou no saco amarrado em seu corpo a pequena garrafa de querosene e os fósforos. Ainda teve tempo de reparar no ribeirão que dava nome ao bairro, em algumas vacas que estava por ali e num cavalo que na luz da lua parecia ser baio. E ela pode ver subitamente a fera sob a luz da lua, um lobo negro e peludo, ele não andava bem de quatro, parecia que andava com os cotovelos e com as pernas traseiras esticadas, tinha orelhas pontiagudas e dentes que se se destacavam ao luar.

O lobo parado ali na frente do bananal farejava o ar, ele ficava praticamente com as duas patas traseiras quando fazia isso. E soltando um uivo, ele dispara em direção a ela. A mulher com pavor ficou parada achando que seria morta, mas ele passou por ela e correu atrás de um novilho.

Aproveitando que o lobo estava distraído e com o mínimo de barulho possível ela foi ate o bananal e após procurar um pouco lá estava à trouxa de roupa, o paletó, camisa de manga comprida, calças, ceroulas, meias e sapatos. Assim que ela pegou a roupa, de muito longe ela escuta um uivo. Ela tinha certeza que o marido lobo sabia que ela estava na posse de suas roupas. Ela corre em direção ao cemitério que naquela época era onde hoje é a Escola Coriolano Burgos e a distancia devia ser aproximadamente uns dois quilômetros.

Ela corre o mais rápido possível e de pouco a pouco ela escutava o uivo mais próximo. E ela sem saber direito esbarra com o cavalo baio, era Deus e São Elóquio que estavam atuando, ela parece que foi ajudada por anjos, sobe no cavalo a pêlo e ele dispara em direção do cemitério.

Os uivos próximos, mas vinha da direção do portão do cemitério, uma idéia, ela parou o cavalo e subindo em seu lombo ela parte para cima do muro do cemitério, quando o lobo surge do nada e ataca o cavalo pegando-o pelo pescoço e matando-o numa mordida. O lobisomem olha com olhar de ódio para a esposa, será que ele sabia quem era ela? E pula em direção ao muro, mas esta já estava dentro do cemitério.

Enquanto a amedrontada senhora encharcava de querosene a roupa do marido, a criatura uivara e rangia com ódio e faz silencio.

A mulher achando que o lobisomem tinha desistido resolve escolher um lugar melhor para realizar a queima da roupa já encharcada e ela se dirige para o santo cruzeiro. E na rua central do cemitério ela vê que o lobo não tinha desistido ele estava ali, no inicio do cemitério com um olhar visivelmente de dor, ele vinha lentamente e claudicando muito em sua direção. Ela corre em direção do santo cruzeiro e ateia fogo na roupa. O lobo mesmo mancando corre em direção dela. Para ela restava apenas morrer quando o enorme lobo pulou em direção dela.

Um barulho alto vindo de não se sabe onde, o lobo para olha para trás, olha para ela e vai em direção a ela queimando a roupa, ainda havia pedaços enormes de panos o couro do sapato fedia. Novamente outra explosão, nova parada do lobo e a cada passo do lobo uma explosão uma parada, faltando pedaçinhos o lobo salta sobre a mulher, esta fecha os olhos e entrega a alma para São Elóquio.