O LOBISOMEM DE AMPARO - PARTE 03 – MEU PAI

PARTE 03 – MEU PAI

Quando meu pai já era noivo de minha mãe, ela já não mais morava em Aparecidinha e sim na cidade, no Bairro do Ribeirão. Na época, as atuais casas de minha família ainda estavam em construção. A estória do lobisomem ficou para se contar na cozinha, tomando café feito no bule, com coador de pano e assando batata doce para acompanhar.

Hipóteses nessa época eram muitas: Um lobo fugido de um circo? Um cão que cresceu demais? Muitos ainda acreditavam que era lobisomem, o sétimo irmão de uma família de setes filhos homens, ou alguém atacado pela fera. Cura? Como evitar? Isso era coisa que os antigos como Dona Palmira ou Dona Rosa contavam.

Meu pai na época trabalhava numa farmácia, e após fechá-la ia namorar minha futura mãe. Naquela noite a lua estava enorme e com um brilho imenso. Meu pai indo para a casa de minha viu seu Armando pipoqueiro entrando numa construção, hoje atual casa de minha irmã. Meu pai, na época adolescente, na tentativa de pregar uma peça no seu Armando, um homem estranho e magro, não pensou duas vezes, foi atrás dele e quando estava indo para a construção viu um enorme lobo negro saindo de lá.

O lobo de dentro da construção uivou e saiu correndo, meu pai que estava atrás de umas bananeiras para pregar um susto no Seu Armando, apenas pensou que o lobo tivesse matado o homem, e indo atrás do corpo dele dentro da construção nada encontrou a não ser as roupas dele jogadas no chão.

Este dia meu pai chegou suado na casa de minha mãe e acabou dormindo por lá.