A moça e o rapaz misterioso
A pobre moça estava a si perguntar:
- Qual o sentido da vida? Para que amar?
E ela insistia:
- O que deveras é o amor? Acho que é dor (...).
- Pode até ser... O rapaz indagou.
Então a moça olhou de maneira surpresa e perguntou:
- E o que entendes sobre isso, meu senhor?
- Entendo o que a vida tem me ensinado, amiga.
Daí percebera ela que o rapaz era um tanto misterioso. Ele continuara a ler seu livro tranqüilamente no banco da praça do sossego.
- Vou embora! Disse ela.
- Vais e tentes desvendar os mistérios desta vida, senhorita.
A moça não conseguira resistir às palavras do rapaz (...).
- Quem és tu? Que fazes aqui a esta hora?
O rapaz nada dissera.
- Estou a falar contigo, mestre intelectual! Reforçou ela, um tanto irônica.
Ele nada dissera.
Ela, então, levantou-se do banco, olhou para o rapaz mais uma vez e disse:
- Fazes do teu silêncio uma descoberta, senhor. Logo perceberás o quão gênio és, a ponto de saber o que a vida tem de bom.
A moça fora se afastando aos poucos e segundos depois o rapaz se pronunciou:
- Gênio? Pode até ser. O que a vida tem de bom? Quiçá aquilo que tu destes de bom a ela.
Então, ela parou, pensou e voltou. Parecera mais calma e quase sem palavras, concluiu:
- Estas lágrimas talvez, são a mais pura recompensa daquilo que eu dei a ela, meu senhor.