Enlouquecida pelo desejo: parte 5

Durante o almoço, Rebeca não conseguiu parar de pensar em João. Ela nunca tinha sentido aquele sentimento antes. Meu Deus, pensou, o que estaria se passando com ela? Por que não conseguia tirar aquele rapaz da cabeça?

Rebeca estava tão distraída que nem escutava o que seu marido falava, como sempre ele só falava de negócios, e já fazia muito tempo que Rafael não dava a mínima para ela. Já estavam casados a vinte e cinco anos e todo amor que sentia por ele havia se transformado em tédio. Ela casou apaixonada, mas o tempo e o desprezo do marido foi acabando com o amor, hoje só restava a dedicação. No fundo ela estava com ele apenas para manter a família unida. Família, como era engraçado essa palavra. Já fazia muito tempo que aquilo não parecia mais uma família.

Rebeca e Rafael tiveram dois filhos: Carlos e Lúcia. Mas, Carlos havia falecido num acidente a dois anos atrás. Ele havia morrido com apenas 12 anos de idade. Lúcia estava com 21 anos. Era uma garota da pele branca, cabelos pretos e meio tímida, vivia no mundo da lua. Até agora quase não tinha tido nenhum namorado sério e Rebeca já andava meio preocupada com ela. Não que Lúcia fosse má pessoa, pelo contrário, era estudiosa, calma, tranquila; mas mesmo assim Rebeca sentia-se preocupada com a garota, pois não lhe parecia que a filha fosse feliz.

Estava Rebeca entretida em seus pensamentos, quando foi despertada pelo marido que disse em voz alta:

_ Você está me ouvindo?

_ Hein?_ disse Rebeca distraída.

Roxo de raiva Rafael se levantou dizendo:

_ Nada, não. Não sei porque ainda perco meu tempo com você.

_ Não precisa falar assim.

_ Não se preocupa, não vou falar mais nada, tenho que voltar para o hotel, tempo é dinheiro. E você pode ficar aí viajando em seus pensamentos.

Rafael saiu e Lúcia olhou para a mãe e disse;

_ Aconteceu alguma coisa, mãezinha?Você parece tão preocupada.

_ Não foi nada, não, filha, eu só estou um pouco cansada. Vou deitar um pouco.

Rebeca foi para o quarto, deitou-se na cama e acabou dormindo a tarde toda. Naquela tarde teve tórridos sonhos com o jovem de olhos verdes chamado João e acordou toda molhada.

Na manhã seguinte como de costume se dirigiu até a sua ONG Futuro Encantado. Na hora do almoço, se dirigiu como de costume até a calçada onde o motorista deveria estar esperando por ela, mas infelizmente ele ainda não havia chegado. Ficou parada ali esperando, sem saber se deveria ou não ligar para saber o que havia acontecido. Foi aí que alguém veio por trás e colocou a mão no ombro de Rebeca. Com o coração paralisado de susto, rebeca voltou devagar o rosto, a fim de ver quem era o atrevido, que a havia tocado.

Continua!

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 28/07/2010
Código do texto: T2404769
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