Enlouquecida pelo desejo: parte 4
Rebeca Sanches, ainda aturdida, viu quando o jovem rapaz saiu correndo atrás do garoto, que havia roubado seu celular. O garoto maltrapilho corria bastante, mas o jovem tinha uma energia admirável e estava bem atrás dele. Os dois estavam naquele pega não pega, quando finalmente o jovem alcançou o garoto e derrubando-o no chão, tomou o celular de volta, mas o garoto se levantou rapidamente e saiu correndo.
Rebeca assistiu tudo de longe e viu quando o rapaz se aproximava dela, bem, agora de perto ele não parecia tão jovem assim, deveria ter uns 26 anos. Era moreno, forte, corpo malhado e tinha lindos olhos verdes. Ele veio até ela e lhe entregando o celular, disse:
_ Aqui está o seu celular, madame.
_ Ah, obrigada, eu já o tinha dado como perdido.
_ Pois, é o pivetinho corre bastante, mas eu fui mais rápido.
_ Como se chama, rapaz?
_ João, e a madame?
_ Eu me chamo Rebeca, Rebeca Sanches. Muito prazer em conhecê-lo, João.
_ O prazer é meu, senhora, o prazer é meu.
_ Nossa! Eu nem sei como agradecê-lo, rapaz.
_ Que isso, madame, não foi nada.
_ Como, não foi nada? Você foi muito corajoso e merece uma recompensa.
_ Que isso, senhora, não quero nada, não.
_ Não precisa me chamar de senhora, pode me chamar de Rebeca.
_ Tudo bem, Rebeca, você está bem? O pivete lhe machucou?
_ Não, ele nem sequer me tocou.
_ Que bom! Bem foi mesmo um prazer conhecê-la, Rebeca.
_ O prazer foi meu, João.
Rebeca estendeu a mão a João, ele estendeu a dele, e as mãos deles se tocaram. Rebeca não pode deixar de sentir a força e firmeza daquele aperto e quando olhou naqueles olhos verdes, por um momento teve medo, medo de seus desejos, medo de se perder na beleza daquele jovem.
Ela disse:
_ Há algo que eu posso fazer por você, para lhe agradecer?
O belo João a encarou profundamente com um olhar que parecia que ia queimar todo o corpo de Rebeca, depois sorriu um sorriso que pareceu inundar o coração de Rebeca com os mais lindos sentimentos. Rebeca estava desconcertada, nunca havia visto tanta beleza num homem. Ela nunca havia prestado atenção a homens jovens, sempre preferira os maduros. Mas, João era diferente, era uma deliciosa mistura de um rosto angelical com um corpo escultural de homem. Seu olhar tinha um misto de beleza inocente, com uma certa malícia que lhe tornava quase que irresistível.
João pensou um pouco e disse:
_ Sim, há uma coisa, sim.
_ Sim, e o que seria?
_ Que tal se você tomasse um sorvete comigo?
_ Bem, eu...
_ Sim?
_ Bem, eu to com um pouco de pressa, meu marido e minha filha estão me esperando para almoçarmos.
_ Bom, e que tal se deixarmos esse sorvete para amanhã?
_ Sim, claro, amanhã, sim. Bem, agora preciso ir mesmo, tchau.
_ Até mais, Rebeca.
Rebeca fez um gesto de tchau com a mão e saiu apressada em direção ao carro, que a esperava do outro lado da rua. João ainda ficou parado olhando o carro partir, depois um garoto se aproximou dele: era o garoto maltrapilho que havia tentado roubar o celular de Rebeca, ele se aproximou de João e disse:
_ Meu dinheiro, cara.
João colocou a mão no bolso, tirou uma nota de dez reais e entregou ao garoto, que logo foi embora. Depois, João pegou o celular e ligou para alguém. Uma voz de mulher atendeu:
_ É você, João?
_ Sim, sou eu.
_ O que quer? Você sabe que não é bom ficar me ligando, pode atrapalhar nossos planos.
_ Fique tranquila, o seu plano inicial foi um sucesso.
_ Sim?
_ Sim, deu para perceber que ela ficou impressionada com minha beleza.
_ Ah, sim? Deve ser porque ela não te conhece e não sabe o pilantra que você é.
_ Cachorra.
_ Mas e aí, você acha que conseguirá conquistá-la?
_ Creio que não será difícil.
_ Pois, então siga com o plano, tenho que desligar, tchau.
João ainda tentou dizer alguma coisa, mas a voz desligou. Ele colocou o fone no bolso, deu um sorriso e seguiu pela rua cantarolando e pensando que aquela missão até que não seria nada ruim. Rebeca Sanches até que era bem charmosa e bonita, e ele teria o maior prazer em seduzi-la, enlouquecê-la e de destruí-la.
Continua!