Guerra E Paz

( Poesia Melodiosa Zi003 ).

Uma sirene ressoa no espaço.

Correrias, atropelos, agitação,

Fazem um presente insuportável.

Não mais que segundos, tudo para:

Sorrisos de crianças... reclamos de pessoas...

Murmúrios... máquinas em movimentos...

Silêncio total... à espera do caos!

A cidade perece, deserta,

E limpa qual um céu de sol...

Não longe ouvem-se os roncos de motores:

Aéreos... terrestres... marítimos...

Sem isso querer, o povo cala!...

E a medida que aproximam,

Ouvem-se as bombas, comendo...

Triturando... arrasando... destruindo...

Rajadas varrem as redondezas,

Qual vassouras em tempo de faxina.

Nuvens poeirentas tampam a cidade...

Os motores confundem,... ensurdecedores!...

Mais que lamentável episódio!...

Não aceita, vive-se a história de sempre:

A ganância dos poderosos sobre os fracos;

A política planejada, sem origem coletiva,

Com base na família, no Amor, na verdade;

O fracasso da Paz, não acionada... não almejada...

Agora o mundo é um barulho só.

Bem diferente daquele outrora,

Antes, em que via-se o povo, aglomerados em filas,

Cada qual buscando o seu labor,

Em que a bagunça diurna... noturna,

Fazia-se em construção... em progresso...

Bem antes, o outrora...

E o outrora que foi presente... que foi futuro...

Agora vivendo a miséria... a fome...

Tudo destruindo-se... queimando...

Trabalhos e mais trabalhos... mortos!...

Soldados que do nada aparecem,

Tomam a cidade, em meio a fogos cruzados,

Que não dão trégua... não cessam...

E os ecos terríveis do comandante:

Ataquem... em frente!...

Crianças solitárias, choram...

Pobres inocentes!

Matinalmente acionadas para crescerem com guerra!

Os que viverem, contarão as suas histórias!

Histórias difíceis pra serem contadas!

Momentos pavorosos, que levam nos corações.

Estes, os fortes!...

A mágoa está lacrada no tempo!...

Aviões lançam-se, longe!

Além das montanhas, somem!

Depois de tanta destruição!

Soldados recolhem os seus feridos...

Dilacerados alguns, outros agonizantes!

Só faltam contar os mortos e os feridos!

Timidamente, pessoas deixam os abrigos...

Choros... lamentos.. gritos...

A dor estampada em cada face!

- Meus Deus!, onde está... onde está...

Uma mãe, morrendo... perdendo o trilho

Ansiando a última imagem do filho!...

Papai... mamãe....

Pedidos inclemente para serem reconhecidos!

Nos escombros, pedaços de gente...

A cidade nunca será a mesma...

Sem alegria, só resta tristeza,

Que não abre caminho a outros sentimentos!...

Nunca mais verão seus sonhos,

Para um lar habitável,

Vejo a fome... a doença...

Vejo tudo absorvendo o mal...

E uma réstia de Esperança,

Quando imagino de novo a Paz..

Mas a Paz está camuflada,

Em cada um de nós...

Por onde andará a Razão dos homens?

Quem pagará por isto tudo?

E a cidade repete-se no silêncio.

Novos caminhos estão se abrindo...

O clima de ontem, não esquecido,

Já está consolidado...

Os corações acharam a solução:

O futuro é quem avaliará...

“Que o futuro seja menos doloroso,

E com justiça entre os homens de boa vontade.

Que a ganância do poder,

Não seja espírito de aventura,

Para quem por ele, lutam,

E que os filhos após filhos,

Levem sempre avante,

O lema da Paz, construindo acima dela,

Uma coletiva moradia, solidificada qual uma rocha,

Que atravessa tempos e não se deixa esfarelar,

Assim feito, criando raízes e se espalhando,

Por toda face da nossa terra e para sempre”.

É, é uma linda Esperança!...

Mas o balanço continua,

Qualquer descuido...

Os jornais anunciam;

Televisões mostram imagens,

Vivenciando mais um presente.

Testes nucleares... Países sobre miras...

Poderes...

A um dedo a uma outra guerra mundial...

Pena!...

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 10/07/2010
Reeditado em 23/03/2024
Código do texto: T2369503
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