Davi e a Professora
 
Era um dia especial, sem dúvidas o mais significante na vida de Davi, nada teve com mais expectativa que aquele dia em todos os seus 16 anos, afinal iria ficar a sós com a professora de matemática, e não era de hoje que Davi conhecia Maria Joana, nem loira nem morena, meio termo, 1 metro e 70, 24 anos, nadadora do único clube da cidade, campeã estadual de nado livre, era o que poderia se dizer nos bons e velhos tempos, um pedaço de mal caminho, a razão da paixão de metade do colégio de Davi, mas era ele e só ele o sorteado para ter a felicidade de passar um aula inteira só com ela, e já imaginava como usar cada segundo da gratificante companhia, que só poderia ter sido um presente dos Deuses.
Eram 07 horas da manhã, Davi, levantou-se não poderia mais dormir, seu pensamento fervilhava, a sua aula era a tarde, mas dormir como? A noite já foi de terríveis sobressaltos, acordou de meia em meia hora com o olhar verde turquesa da professora a 5 centímetro do seu rosto, lhe chamando para os 50 minutos mais maravilhosos de sua vida.
Davi não era o que se podia chamar de um aluno padrão, muito pelo contrário, e era exatamente por isso que teria uma aula só para ele e a professora.
O restante da sua turma iria a um passeio instrutivo no Corpo de Bombeiros, e Davi com o supra-sumo do vermelho nas notas de matemática, iria ter um reforço considerável da professora Maria Joana, realmente ela mesma tinha muitas esperanças que finalmente o mente curta do Davi tivesse um rompante de inteligência e captasse tudo que ela iria propor-lhe como estudo necessário para salvar o bimestre. Davi por sua vez, planejava dividir a sua atenção entre a professora e a matéria, claro, 95% para a professora e 5% para a matéria, no seu íntimo já mandara as favas há muito tempo o estudo, estava como que seduzido pelas centenas de lindas garotas da escola, e especialmente pela professora Maria Joana, motivo de insistentes suspiros nos mais  inusitados lugares, especialmente em lugares onde a individualidade é mais acentuada e por vezes até obrigatória, como no banheiro.
Sentado no chão da varanda, pensava na possibilidade de ir mais além das confabulações com a professora, mas como?
Pensou e repensou as vestimentas da professora e uma ou duas vezes ela não foi de calça jeans e camiseta, então não seria hoje que ela iria com outra roupa, pronto além do lindo rosto e daquele par de pés maravilhosos nada mais poderia ver, então teria que confiar em seu papo para tentar seduzir a professora.
Pensou... Mas se por um acaso... Pode ser, levantou rapidamente e foi ao seu quarto, revirou a montanha de papéis, roupas e outras bugigangas e lá do fundo trouxe uma pequena embalagem, com a inscrição “Saúde no Carnaval”, e embora nunca tivesse usado aquilo, nunca se sabe o que se dará quando se está sozinho entre 4 paredes com uma mulher, melhor prevenir.
Hummm, que mais? Pensou ele.
Ah ta! Deixou tudo preparado em seu criado mudo. A roupa que usaria hoje, claro, não deveria ser o uniforme, os perfumes de seu pai depois os colocaria no lugar para ele não ver. Em cima da cama a mochila, a embalagem da “Saúde”, tênis, boné.
As 11 horas foi para o banho, depois um rápido barbear para tirar a meia dúzia de pelinhos do rosto, loção pós barba, perfume.
Depois da roupa vestida, na cozinha, a mão de Davi perguntou:
____Tem festa no colégio hoje Davi?
____Sim, mamãe, volto mais cedo hoje, baixou a cabeça e riu balbuciando... Se eu tiver vivo até la, rsrsrsrsrsrsrsrsrs
12 horas e 45 minutos... Por uma ciclovia quando se aproximou do colégio, Davi viu o ônibus lotado de alunos deixar o colégio.
Pensou:
____Agora é só eu e ela, é hoje o diaaa, iiiiiaaaahhh
Aproximou-se do portão, entrou, estacionou a bicicleta, pegou sua mochila, colocou nas costas, contornou o colégio, pegou um corredor, e sabia que dali a minutos estaria diante da sua Deusa, o motivo de seu viver, a eleita por ele, a mulher mais linda que ela ja vira...
Dobrou a última dependência do colégio, passou mais três salas e agora estava parado enfrente a sua sala...
Colocou a mão no trinco, abriu, seu coração disparou, mas a sala estava vazia... Entrou.
Sentou-se e aguardou no silencio angustiante, o semblante da professora na porta.
O som de passos vindo pelo corredor, cada vez mais perto, o fez vermelhar, e quando o oxigênio ia lhe faltar, os passos pararam diante da porta da sala...
Davi, como a preparar-se para receber o impacto de uma bomba atômica, levantou-se.
Viu o trinco da porta girar lentamente, e lentamente a porta abrir-se...
5 segundos depois Davi, com uma interrogativa feição de quem teve realmente uma bomba atômica explodida em sua cabeça, perguntou:
____Você?????
Diante dele o mais alto, mais forte, mais carrancudo e mais nervoso professor que a escola possuía...
O professor Carlão, triatleta, substituiu a professora Maria Joana, que não pode vir.
Que coisa, né? Cabeça baixa, Davi colocou a mão dentro da mochila e pensativo esfregou a mão naquela embalagem...
 
Malgaxe
 
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 09/07/2010
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