Acordei?

Acordei?

Abro os olhos como de costume, é manhã, penso!

Acho estranhas as teias de aranha que decoram o quarto...

mas mesmo assim,

não me aquieto, não penso, levanto, me espreguiço e sigo

para a área de cima da casa.

Vejo a escada e algumas luzes me parecem queimadas.

Contudo minha pressa,em chegar, beijar as crianças...

Que a esta hora já devem estar tomando café...não me permite parar.

Quero ver Sofia! Ela deve estar linda com seu laço de fita.

Pulo os degraus de dois em dois... To feliz, animado e cheio de energia!

Nossa! Alguns degraus quebrados... Não lembrava de te-los visto assim...

Mas mandarei arrumar amanhã.

...Bobagem... Casas antigas são assim mesmo.

Ah! Cheguei ao topo!

Uma geleira invade meu coração.

- Mas, o que é isto?!

- cadê todo mundo? Onde colocaram Meus móveis?

Corro até a biblioteca...

- Deus! Não há nada aqui! O que houve?!!!

Subo até os quartos aos gritos:

- Sofia! Edgard! Eduard?!!!...Mary!

Nossa, a casa parece vazia...

De repente me dou conta de um jornal na porta de entrada

O pego... E leio sem acreditar.

Londres, 11 de fevereiro de 2010!

Um vazio sem fim toma conta de meu peito, um certo desespero, uma dor lancinante...me faz cair ao chão.

Eu nasci em 31.09.1854.

Márcia Poesia de Sá

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 08/07/2010
Reeditado em 08/12/2015
Código do texto: T2366634
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